IVP quer expandir quadro de investidores para impulsionar startups de Campinas

Por Juliana Ewers

O que começou há seis anos com uma sociedade de participações formada por 48 empresários e empreendedores ligados à Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para incentivar startups nascentes nesse entorno, a IVP (Inova Ventures Participações) se deparou com a oportunidade de fomentar de maneira mais ampla o ecossistema empreendedor que se forma em Campinas e decidiu que é hora de ir mais longe. A partir de agora, além de empreendedores ligados à universidade, o quadro de participantes da sociedade está aberto a todos interessados em negócios na região. O anúncio foi feito durante o Demoday do Movimento 100 Open Startups, realizado na Unicamp.

Desde quando foi criada, em 2011, a IVP realizou seis aportes em startups que serviram, segundo Bruno Rondani, presidente do grupo, para validar o modelo proposto e mostrar o potencial das empresas identificadas como promissoras.

A partir de cotas médias de R$ 30 mil de cada investidor, nesse período, foram arrecadados R$ 1,5 milhão de reais – montante que levou a cerca de R$ 3,2 milhões de outros aportes externos para as startups. Exemplos disso são a Entrega Delivery e a Lean Survey. No caso da primeira, em 12 meses, foi verificado ganho de 3,5 vezes no valor investido. Já a Lean Survey, em 18 meses, a empresa multiplicou por 5,5.

Por parte da IVP, os aportes variam entre R$ 100 mil e R$ 300 mil. A proposta, segundo Rondani, é manter esses valores, mas ampliando a capacidade para dez startups ao ano. “Há esse interesse, seja por parte de outros atores desse ecossistema que gira em torno da Unicamp ou proveniente de executivos de grandes empresas vindos de outros lugares. Mas para que isso funcione, é preciso volume. Você precisa de muita gente jogando bola para ter um campeonato paulista, um campeonato brasileiro e a gente consiga ser campeão do mundo cinco vezes. Tem muita gente jogando bola. A dinâmica para a IVP é a mesma”, compara Rondani.

Inspirados pelo modelo proposto pelo Movimento 100 Open Startups, a IVP tem como norte abrir mais as interações para impulsionar efetivamente o ecossistema. “Não faz mais sentido ser algo da gente, para gente e pela gente. Temos que ampliar. É preciso abrir esse modelo”, diz o presidente da IVP.

Na visão de Fernando Matt, presidente do Conselho da IVP, esse tipo de ação é necessária e demonstra um amadurecimento do ecossistema. “Temos que expandir para dar escala com a entrada de novos participantes. Quanto mais pessoas se interessarem, será melhor”, afirma.

“Queremos aglutinar pessoas que tenham vínculo com a cidade, a região, mas também aquelas que estejam longe e tenham interesse em estabelecer esse vínculo com a universidade e a cidade”, finaliza Rondani.