Pomares escolhe tecnologia que produz emulsificantes a partir da goma do cajueiro

Texto: Carolina Octaviano

Foto: divulgação

A equipe Pomares, finalista do Desafio Unicamp 2015 – competição de modelos de negócios a partir de tecnologias geradas na Unicamp – elaborou um modelo de negócio para a tecnologia “Processo de obtenção e modificação de polissacarídeo proveniente do cajueiro”, que se trata de um método de transformação que utiliza a goma do cajueiro como matéria-prima para produzir emulsificantes, substâncias que permitem à indústria química agregar diversos componentes em um só, garantindo homogeneidade e estabilidade à mistura.

“Nosso produto conta com propriedades físicas e químicas apreciáveis para os setores de bebidas, alimentos e cosméticos. Empresas que atuam na área de fabricação de aromas, como aquelas que produzem os sabores de refrigerantes e sucos para grandes companhias, demonstraram grande interesse no nosso emulsificante como um potencial substituto em suas produções. Também demonstraram um grande interesse empresas do ramo de cosméticos e fragrâncias”, defende Rodrigo Caetano, aluno da Engenharia Química da Unicamp e um dos membros da Equipe Pomares.

Caetano conta que a escolha desta tecnologia se deu a partir de um esquema de avaliação de todas as patentes disponíveis na iniciativa. “Nas primeiras reuniões da equipe, buscamos ler sobre todas as tecnologias e dar notas para todas as patentes fornecidas pelo Desafio Unicamp num ranking de 0 a 5 em quatro diferentes critérios: ´facilidade da patente´, na qual supusemos como seria sua aceitação pelo mercado; ´mentoria acadêmica´, na qual avaliamos a disponibilidade dos mentores; ´versatilidade´, em que imaginamos a diversidade das aplicações da patente e ´inovação´”, explica.

Ele lembra que o modelo de negócio adotado pela equipe se deu em um constante processo de aperfeiçoamento, no qual boa parte do tempo foi investido em testá-lo em diversos segmentos de clientes para identificar as necessidades de cada setor. “Tínhamos algumas ideias iniciais aparentemente ótimas, mas que foram testadas para checarmos a validade de cada uma. Muitas delas foram rejeitadas, o que deu início a um ciclo de análise que selecionou as ideias mais sólidas para fazerem parte do nosso modelo. Depois, entrarmos em contato com vários segmentos de clientes e criarmos nossa proposta de valor ”, diz.

Para isso, Caetano reitera a importância da mentoria acadêmica – realizada por Marcelo Cristianini, da Faculdade de Engenharia de Alimentos – para o entendimento e o domínio da tecnologia escolhida pela Pomares. “Todo contato e interação com o mentor acadêmico teve produtividade. Realizamos algumas reuniões durante esses meses de trabalho que foram suficientes para entendermos a real aplicação da tecnologia, as limitações técnicas, a escalabilidade do projeto e as principais dificuldades”, aponta. Na opinião dele, a mentoria empresarial, concedida por Marçal dos Santos, que é graduado em Ciências da Computação pela Unicamp e que atualmente trabalha como consultor de telecom e TI, também foi primordial para a equipe. “O mentor empresarial foi extremamente prestativo. Com uma visão muito mais apurada sobre negócios em geral, nos deu um rumo diferente do qual estávamos seguindo. Discutir com um empreendedor experiente sobre nossas ideias e hipóteses foi certamente de grande importância para a evolução do modelo de negócio”, revela.

A Equipe Pomares é também formada por Rafael Telles Rodrigues Pereira, Leonardo Bezerra Castagnino, Thalles Henrique Lemos e Nelson Carlos da Silva Neto. Todos eles são alunos da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp. Caetano frisa que, após o término da competição, os integrantes da equipe pretendem aprofundar seus estudos em negócios e buscar um ramo profissional que os desafie assim como nesta iniciativa. “Este foi, sem dúvidas, o estalo que precisávamos para dar início a outros projetos e sonhos que existem além das carreiras mais convencionais. Foi uma experiência única poder compreender as dificuldades, habilidades e estratégias envolvidas na abertura do próprio negócio”, avalia.

A final do Desafio Unicamp 2015, que é restrita a participantes e convidados, vai ser realizada no próximo dia 3 de julho, às 14:30, no Centro de Convenções (CDC) da Unicamp. Esta é a primeira vez que o CDC abrigará a final da iniciativa, que está na quinta edição. Além da Pomares, estão na final da competição: Agora Vai, AgroTEK, Hidrotec, Max-Energy e Novigo.

O Desafio Unicamp

Ao longo da competição, são realizados workshops, palestras e mentorias para as equipes tirarem suas dúvidas e conseguirem elaborar seus modelos de negócios. Ao final da competição, a equipe vencedora é premiada, estimulando a participação e o engajamento dos alunos. A equipe vencedora será premiada com R$ 3 mil para cada integrante, pré-aceleração na Baita Aceleradora, formação Green Belt pela Escola EDTI para cada integrante, sem custos adicionais, um troféu para cada integrante e certificado de participação como finalista para cada integrante. A equipe que conquistar a segunda colocação ganhará: mil reais e certificados para cada integrante, além de pré-aceleração na Baita Aceleradora. A equipe terceira colocada também ganhará pré-aceleração na Baita Aceleradora e certificado para cada integrante.

Em 2015, patrocinam a iniciativa a Capes, a Embraer, o CNPq, a LDSoft, a Clarke, Modet & Co, a Baita, a Edti, a Village Marcas e Patentes, a PWC, a IMA, a Matera Systems, 3M, a CPFL Energia, o Banco do Brasil e o Governo Federal do Brasil. São apoiadores do Desafio Unicamp a IVP, a Unicamp Ventures, a Georgia Institute of Technology, o Núcleo de Empresas Juniores da Unicamp, a University of Florida, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a DikaJob, a Liga Empreendedora, o Wennovate Innovation Center, o CIESP Campinas, a Anjos do Brasil, a Associação Campinas Startups e a Prefeitura de Campinas.