Unicamp discute Política de Inovação Institucional em Colóquio

Da esquerda para direita: Fábio Ferreira e Prof. Anapatrícia Vilha da InovaABC, Prof. Sérgio de Queiroz do IG Unicamp e Fapesp e Prof. Newton Frateschi da Inova Unicamp

Por Kátia Kishi

A segunda-feira (21/10) começou com o debate sobre a Política de Inovação Institucional em um Colóquio na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aberta ao público, com convite a todos os membros do Conselho Universitário, e que ocorreu na Sala deste Conselho .

O evento integra a programação do Campinas Innovation Festival e faz parte de uma série de debates e seminários fomentados pela Agência de Inovação Inova Unicamp para que a comunidade interna da Universidade conheça as atividades da Agência e discuta a institucionalização de uma Política de Inovação que as legitime, conforme explicou o diretor-executivo da Inova, Prof. Newton Frateschi:

“Percebemos que, pela grandeza da Universidade, ainda há um desconhecimento por alguns colegas sobre as nossas atividades e até mesmo que a Inova é o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Unicamp. Razão que estamos nos mobilizando para debater nas unidades o que é e quais os benefícios para a Unicamp em se ter uma Política de Inovação Institucional, proposta junto a um grupo de trabalho da Universidade”, esclareceu o diretor-executivo.

Frateschi ainda enfatizou que ao se ter uma Política institucionalizada, os docentes e pesquisadores terão mais segurança em algumas atividades ligadas à inovação como parcerias com o setor empresarial, incentivos ao empreendedorismo e criação de empresas spin-off e até mesmo no compartilhamento de laboratórios, distinguindo o que é serviço e o que é pesquisa de desenvolvimento.

“É importante ressaltar que a política proposta garante melhores parcerias com empresas, permite também a possibilidade da criação de mais empresas de base no conhecimento, inclusive geradas na própria universidade, todas com alto impacto socioeconômico positivo sem interferir nas atividades pilares da Unicamp, que são Ensino, Pesquisa e Extensão. É uma segurança a mais para a comunidade, para legitimarmos o que já vem sendo feito, mas de forma criteriosa e às claras”, defendeu o diretor.

A mesma visão sobre os benefícios de uma Política de Inovação institucionalizada foi compartilhada pela Profa. Anapatrícia Morales Vilha, diretora de transferência de tecnologia da Agência de Inovação da Universidade Federal do ABC (InovaABC) e Fábio Ferreira, diretor adjunto da InovaABC, que foram convidados a palestrar sobre a Política de Inovação Institucional, aprovada recentemente na UFABC:

“Desde 2016, com o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, que estamos debatendo na UFABC a nossa Política de Inovação, que é extremamente necessária para legitimar nossas atividades enquanto NIT. Isso foi importante para diversos pontos, como, por exemplo, parcerias entre docentes no ambiente empresarial, seja com convênios de Pesquisa e Desenvolvimento ou com a possibilidade de pesquisadores terem um projeto PIPE FAPESP (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas)”, comentou Vilha.

Sobre as ações voltadas para o estímulo do empreendedorismo, o Prof. Sérgio Queiroz, do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT/IG) da Unicamp e também coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação da FAPESP, detalhou as oportunidades oferecidas pela Fundação, que atualmente destina 9,5% do fomento para iniciativas como o PIPE, PITE (Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica) e CPE (Centros de Pesquisa em Engenharia).

“Desde 1997, já tivemos mais de dois mil contratos PIPE e pudemos observar que muitas empresas inovadoras, bem-sucedidas, são formadas com o PIPE, que é uma boa iniciativa para um pesquisador transformar boas ideias em empresas. Vale lembrar que, hoje, o Brasil forma, aproximadamente, 20 mil doutores por ano e que não são absorvidos pelo mercado, como em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, quem absorve esses pesquisadores são as empresas. O PIPE vem para dar esse impulso”, esclareceu Queiroz.

No sentido de promoção do empreendedorismo, Frateschi apontou que a Política de Inovação propõe estimular mais ações nesse sentido, como Bolsa de Estímulo à Inovação e a possibilidade de licenciamento de pesquisadores e docentes, além de lembrar que a educação empreendedora faz parte do escopo da Unicamp.

A Universidade mantém 22 disciplinas e diversos programas que fomentam o empreendedorismo e o relacionamento entre as empresas, como o Desafio Unicamp que deu origem a oito empresas spin-off, e também o Encontro Unicamp Ventures, que será realizado no dia 24 de outubro com entrada gratuita para os alunos da Unicamp que desejam conhecer as empresas-filhas da Universidade (inscreva-se aqui).

Por ser uma temática ampla, o diretor-executivo também se disponibilizou a sanar dúvidas e agendar mais seminários sobre a Política de Inovação nas unidades da Unicamp.