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A proposta apresenta um modelo de construção modular, mais sustentável, para o Parque Científico e Tecnológico da Universidade, sob gestão da Inova Unicamp, ampliando o espaço para receber mais empresas inovadoras dentro do campus de Campinas.

Texto: Kátia Kishi | Imagem: Inova Unicamp

Na última sexta-feira (05), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) anunciou o apoio financeiro não-reembolsável de R$14.777.999,65 para a “Vila de Startups” da Unicamp. O projeto prevê a construção de mais de 3 mil m² para abrigar startups e empresas de base tecnológica (EBTs) dentro do Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas, sob gestão da sua Agência de Inovação (Inova Unicamp).

O objetivo geral da proposta é ampliar a capacidade de contribuição da Unicamp no apoio às empresas inovadoras, oferecendo suporte físico e capacitação para elas aumentarem sua competitividade regional, nacional e internacional. A ampliação também fomentará o ecossistema empreendedor regional com desenvolvimento econômico baseado em ciência e tecnologia, conforme analisa a professora Ana Frattini, diretora-executiva da Inova Unicamp:

“A ampliação física do Parque fortalece o posicionamento estratégico da Unicamp junto ao ecossistema regional, como principal instituição capacitada para apoiar diretamente empresas nascentes de base científica e tecnológica, além da geração de empregos qualificados e renda. O Parque é um dos mais importantes instrumentos da Universidade para a transferência da tecnologia desenvolvida e para o suporte efetivo a essas empresas nascentes, tanto em espaço físico quanto em capacitação, com a nossa Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, a Incamp”, explica Frattini.

Integração e ecoeficiência na “Vila de Startups”

A proposta se baseia em um conceito de construção inovador que garante a excelência na qualidade e custo similar de outras obras, além de ser mais ágil e ambientalmente sustentável do que as construções padrões no mercado.

“Devido à alta demanda por espaços físicos construídos dentro do Parque e a dificuldade em viabilizar novas obras no modelo tradicional, pelo tempo da construção, burocracia e desperdício de materiais, estamos há anos estudando novas formas de planejamento e construção. O edital da FINEP foi a oportunidade de apresentarmos esse conceito e, ainda, de captarmos os recursos financeiros necessários”, relembra Eduardo Gurgel do Amaral, diretor do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, sobre o processo.

O modelo de construção se baseará no conceito modular e limpo. Dessa forma, é possível aumentar o espaço, conforme a demanda, sem ser necessário construir um novo prédio para a ampliação. Outra preocupação do projeto é a de unir paisagismo e natureza com modernidade e integração entre as empresas.

Rangel Arthur, ex-diretor executivo da Inova e atual assessor na Agência, participa do planejamento de expansão do Parque e aposta na presença deste tipo de ambiente de inovação dentro do campus para ampliar cada vez mais o impacto da Unicamp no fomento a novos negócios de base tecnológica e com impacto socioambiental. “Esta aprovação é mais um passo na consolidação do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp como uma referência nacional de Parque vinculado à uma universidade pública”, comenta.

Para além de mais sustentável, a proposta aprovada pela FINEP também prevê, para as empresas hospedadas, capacitações em internacionalização e em práticas ambientais, sociais e de governança, conhecidas pela sigla em inglês ESG. Uma das metas é selecionar empresas que já fomentem essa cultura:

“A Unicamp está investindo fortemente na sustentabilidade, como a estruturação do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS). Essa é uma diretriz da Unicamp. Então, em paralelo a um prédio ambientalmente amigável, o projeto também visa a fortalecer nossa equipe para apoiar a internacionalização das empresas e reforçar a questão de sustentabilidade, que é uma demanda cada vez mais premente no mercado”, detalha Gurgel do Amaral.

A chamada pública de financiamento da FINEP foi aberta junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para destinar até R$ 320 milhões do Fundo Verde Amarelo a projetos de parques em operação (linha A) ou em implantação (linha B) de todo o Brasil, com duração de 48 meses.

A finalidade do fomento é incentivar o desenvolvimento tecnológico local e regional, além de aumentar a interação entre o setor empresarial e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), como as universidades. Por isso, entre os critérios de avaliação, havia a capacidade de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) dos parques, seu portfólio de produtos, além de ecossistema empresarial e redes de relacionamento com investidores e demais parceiros (conheça os parceiros do Parque da Unicamp aqui). 

Entre os parques da linha A, em operação, foram submetidas 50 propostas de todo país, sendo que 14 delas foram aprovadas e contempladas, incluindo a construção da “Vila de Startups” na Unicamp. A implantação do projeto ocorrerá dentro do terreno do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, que hoje mantém seis prédios com quase 100% da sua capacidade ocupada por salas, laboratórios e posições de co-working de empresas inovadoras parceiras.

Para saber quais são os prédios em operação do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, os espaços atualmente disponíveis e como as empresas de inovação aberta podem firmar parcerias e se hospedar ou se incubar, acesse o site do Parque: parque.inova.unicamp.br