04 ago Modelos de interação em Corporate Venture foram apresentados em evento na Unicamp
Meetup promovido pela Inova Unicamp e pelo grupo Unicamp Ventures trouxe dicas para startups que desejam se aproximar de corporações na busca por suporte financeiro e validação de modelos de negócios
Texto: Ana Paula Palazi | Fotos Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp
O evento Unicamp Ventures: Corporate Venture, realizado pela Agência de Inovação Inova Unicamp e pelo grupo Unicamp Ventures, atraiu alunos, empreendedores, profissionais do mercado e empresas em diferentes estágios para debater sobre as estratégias para a aproximação de grandes corporações e startups de forma bem-sucedida.
Os participantes conheceram sobre o Unicamp Ventures, em apresentação feita por Rose Ramos, presidente-executiva do grupo de empreendedores da Unicamp, e foram apresentados a modelos de interação e experiências das corporações e das startups em Corporate Venture. O evento foi moderado por Kátia Kishi, supervisora de comunicação da Inova, teve patrocínio da ClarkeModet e apoio do Campinas Tech.
Confira as fotos do evento.
Estratégia para inovação
O Corporate Venture (CV) é um modelo de investimento de risco compartilhado, no qual as startups recebem financiamento e suporte de empresas estabelecidas no processo de inovação. Apesar dos benefícios, o relacionamento pode ser complicado e até traumático se não forem tomados alguns cuidados.
A ausência de foco na busca das startups por investimento e de governança nas corporações foram alguns dos problemas destacados.
“Eventos de inovação e conexão como esse fazem parte da estratégia de um Corporate Venture. Se os executivos das empresas não compreendem a importância disso, eles ainda não estão preparados para o CV”, disse Mabel Alvarado, conselheira do grupo Unicamp Ventures e CEO da empresa-filha da Unicamp Alcance Innovation Consulting.
Proteja os ativos
No processo de investimento estratégico em startups, as corporações buscam acesso a tecnologias inovadoras e desenvolvimento de novos modelos de negócios. Entre as melhores práticas para o aumento da colaboração e do impacto das parcerias tecnológicas entre corporações e startups está a proteção da propriedade intelectual.
“Antes de uma startup iniciar um ‘namoro’ com uma corporação, há a necessidade de se proteger a confidencialidade do que vai ser discutido entre elas”, ressaltou Cláudio Castanheira, diretor da ClarkeModet América do Sul, grupo especializado em propriedade industrial e intelectual, e patrocinador do evento Unicamp Ventures: Corporate Venture.
As patentes são vistas como um indicador de valor para as empresas e isso se reflete nos investimentos. De acordo com relatório do PitchBook de 2023, as startups com patente angariam mais capital do que aquelas que não buscam proteção.
Planejamento estratégico
Do outro lado, a experiência das corporações também mostra como os riscos de abrir informações sensíveis da empresa podem ser mitigados. A experiência da Bayer em quase dez anos de corporate, por exemplo, gerou a Climate, conhecida como o primeiro unicórnio da agricultura mundial, mas, antes disso, a empresa também sofreu reveses.
Para acertar na estratégia, os especialistas indicam preparação e planejamento nos diversos níveis hierárquicos da empresa. Os projetos de inovação tendem a levar mais tempo do que o esperado e podem ser sufocados pela busca de resultados imediatos e projetos de menor risco.
“A inovação aberta é um trabalho de resiliência: já avançamos bastante, mas ainda há muito o que fazer. As mudanças culturais demandam tempo”, disse Renato Luzzardi, Líder LatAm de Inovação e Parcerias em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Bayer.
Mais recente no mundo do CVC, Maira Zampier, gerente de Inovação Aberta na Ourofino Saúde Animal, buscou integrar diferentes áreas da empresa com a nova estrutura de inovação. “Nós temos buscado desenvolver soluções em conjunto, temos descoberto o que precisamos e como as startups podem nos ajudar”.
Para a startup também acertar, Maira indica: “Conheça a empresa com quem pretende se relacionar. As conversas tendem sempre a seguir os valores dessa corporação”.
Para alcançar investimento e apoio é preciso também se conhecer. Daniel Branco, CEO & Founder da startup e empresa-filha da Unicamp, Vister, comentou sobre os desafios de apresentar ideias disruptivas e conquistar a confiança das corporações. “Fazer inovação é lidar com incertezas. Vamos aprendendo com nossos erros e acertos”.
Programas de empreendedorismo
Estar em um ecossistema de inovação como a Unicamp pode aumentar as chances de ser notado por uma corporação. “Nossa relação com a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp abriu muitas portas em nossa jornada”, contou Aureliano Dias, sócio-fundador e pesquisador da Kalamazoo Natural Solutions, startup incubada na Incamp.
Em programas como o da Incamp, os empreendedores de negócios nascentes recebem orientação para desenvolvimento na área tecnológica, de gerenciamento e marketing, por exemplo. Um trabalho realizado com apoio de mentores.
Para agradecer a esses mentores e mentoras que apoiaram os programas de empreendedorismo e inovação da Inova Unicamp, como o Desafio Unicamp (assista ao vídeo), Inova Jovem, Disciplinas de empreendedorismo como AM0037, Prêmio Empreendedor da Unicamp e programa de incubação da Incamp nos anos de 2020, 2021 e 2022, foi realizada uma homenagem. O agradecimento foi conduzido pela professora Ana Frattini, diretora-executiva da Inova Unicamp e presidente do conselho consultivo do Unicamp Ventures. Os mentores receberam uma camiseta comemorativa e participaram de um coquetel de networking pós-evento.
