A coordenadora de ambientes de inovação e empreendedorismo destacou soluções integradas da Agência de Inovação da Unicamp no 1º painel do evento Inovação para Competitividade promovido pela FGV São Paulo.

Texto: Ana Paula Palazi – Inova Unicamp | Foto: Matheus Ferraz – Inova Unicamp

Promover a inovação é fundamental para o desenvolvimento sustentável de um país, seja ele econômico, ambiental ou social. Na Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp), essa cultura é fomentada e comunicada de forma estratégica. “A aproximação da universidade com o setor empresarial está no DNA da Unicamp desde sua fundação. E na Inova Unicamp estamos constantemente pensando em novas formas de fazer essa intersecção entre a universidade, empresas e governo”, disse Mariana Zanatta Inglez, coordenadora de ambientes de inovação e empreendedorismo da Inova Unicamp, durante o evento “Inovação para Competitividade”, nesta quarta-feira, 27, no Salão Nobre da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP).

O evento, realizado pela FGV com apoio institucional da Inova Unicamp, reuniu representantes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), professores, alunos e empreendedores para debater como o trabalho desenvolvido na academia pode contribuir mais com o setor privado e governos para gerar inovação e competitividade. 

“Queríamos trazer um exemplo de uma universidade, próxima de nós, que tem feito esse trabalho, como forma de inspiração para que possamos pensar em como aplicar essas soluções em outros contextos. A Unicamp trouxe exemplos muito práticos de um trabalho bem executado”, afirmou Luciana Padovez Cualheta, diretora da FGV Ventures, aceleradora da Fundação, e moderadora do painel “Inovação e sustentabilidade”.

Inovação e sustentabilidade

Mariana comentou sobre quatro grandes desafios do empreendedorismo acadêmico, que estão ligados à sustentabilidade dos negócios. O primeiro deles está em transformar o perfil acadêmico em empreendedor, desenvolvendo novas expertises nos docentes e pesquisadores. Na sequência, vem a busca por recursos financeiros para tirar o negócio do papel, depois os recursos tecnológicos para evoluir o protótipo inicial da tecnologia para a escala industrial e, por fim, a credibilidade e acesso ao mercado, que inclui validações e a habilidade de comunicar os diferenciais da solução tecnológica.

“A cultura do empreendedorismo e da inovação é um trabalho contínuo. Não se constrói uma cultura do dia para a noite. Para se ter uma ideia, a Inova Unicamp possui mais de 20 anos e o Desafio Unicamp, um dos exemplos de programas que desenvolvemos para estimular a criação de empresas spin-offs, tem 15 anos. Temos visto um movimento cada vez maior dos docentes da Unicamp trazendo conceitos de empreendedorismo e inovação para dentro das salas de aula e percebemos que as ações da Inova Unicamp têm incentivado esse movimento, ampliando esses assuntos” destacou.

Mariana Xavier Nicolletti, pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) reforçou a importância da colaboração entre diferentes atores, mencionando o exemplo da parceria entre o FGVces e a Braskem. “Os eventos climáticos dobraram nos últimos 30 anos. As empresas também são afetadas por isso e podem inovar nesse processo”, afirmou na abertura de sua apresentação, que trouxe como exemplo a aplicação de uma metodologia acadêmica diretamente na empresa para mitigação dos efeitos climáticos e eventos extremos, a partir de estratégias de adaptação e mapeamento de demandas e riscos. 

“A sustentabilidade e a inovação são atributos da estratégia de negócio”, afirmou Luiz Carlos Xavier, responsável pelo setor de adaptação às mudanças climáticas e governança hídrica na Braskem, durante o debate. “Precisamos aumentar a resiliência em relação a riscos, mas também precisamos mudar processo e metas para evitar o aumento da temperatura global. Daí a relevância da área de inovação e tecnologia. As empresas não têm todos os conhecimentos e precisam de parcerias com universidades e startups”, afirmou.

Frederico Vieira, empreendedor da iWaste, startup acelerada pela FGV Ventures, enfatizou que é possível “sair da caixinha e fazer diferente”, mas é preciso fomento e investimento para isso. “Com a mudança da matriz energética em muitas empresas, o que levou à instalação de caldeiras, por exemplo, passou-se a gerar cinzas no fim dos processos. Essas empresas não sabiam para onde destinar os resíduos. Um dos caminhos que estamos validando é a aplicação dessas cinzas para produzir baterias de carros”, contou sobre uma das soluções em desenvolvimento na empresa, que funciona como uma plataforma de reaproveitamentos de resíduos industriais.

“A colaboração entre diferentes atores é essencial para o progresso. Quando todos contribuem com o que fazem de melhor, conseguimos fortalecer o ecossistema e avançar na criação de soluções mais eficazes para os desafios globais”, concluiu Luciana.

Assista à apresentação completa.

Sobre a Inova Unicamp

A Agência de Inovação Inova Unicamp é responsável pela gestão integrada do Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas e sua Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp), pela gestão da propriedade intelectual (PI), oferta e transferência de tecnologias, negociação de parcerias universidade-empresas com foco na proteção da PI, bem como atua no fomento à cultura e comunicação da inovação e empreendedorismo. 

Dentre as atividades da Inova Unicamp apresentadas no evento da FGV para transformar pesquisas científicas em produtos e serviços inovadores, foi destacada a jornada empreendedora realizada em parceria com o Sebrae, uma disciplina prática de empreendedorismo oferecida pela Agência, competições de modelagem de negócios com mentorias (Desafio Unicamp e Inova Jovem), workshops de capacitação para submissão de projetos na busca por fomento e o programa de incubação Incamp, em que qualquer pessoa que queira empreender pode participar.