8 de outubro de 2025 Brazil Health | Curativo Bioativo da Unicamp Usa Romã e Alecrim Para Tratar Feridas de Forma Sustentável
Nova tecnologia desenvolvida na Unicamp forma película flexível e sustentável, facilitando o cuidado de lesões na pele.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um curativo inovador que pode transformar o tratamento de feridas superficiais. Aplicado como um esmalte líquido, o produto seca rapidamente e cria uma barreira protetora sobre a pele – resistente à água, flexível e biodegradável.
O segredo está na composição: extratos naturais da casca da romã e do alecrim, agregados a uma base polimérica sustentável. Essa combinação garante ação comprovada contra bactérias e outros microrganismos que frequentemente infectam lesões cutâneas. Segundo o professor Mauricio Ariel Rostagno, um dos inventores, “a formulação é prática e confortável, mantendo a aderência mesmo em regiões do corpo com movimentos constantes”.
O curativo surgiu a partir de uma demanda real: pesquisadores se basearam no incômodo causado por curativos adesivos em áreas como dedos e articulações, que costumam se soltar ou limitar movimentos. Graças a uma bolsa da Fapesp, a equipe testou cerca de 30 resíduos vegetais até encontrar romã e alecrim como mais eficientes.
Como funciona a tecnologia
Após a aplicação, o curativo forma uma película que pode ser removida por lavagem. O produto oferece:
- bactericida: elimina microorganismos presentes na pele;
- bacteriostática: impede o crescimento de novos agentes infecciosos;
- flexibilidade, sem restrição de movimento;
- biodegradação e obtenção a partir de resíduos vegetais.
“Buscamos unir funcionalidade e sustentabilidade, aproveitando resíduos da agroindústria”, ressalta Rostagno. A equipe multidisciplinar reuniu engenheiros, químicos, farmacêuticos e biólogos para chegar à formulação final.
Mais usos e potencial de mercado
Pensado inicialmente para tratar feridas superficiais, o curativo pode ser adaptado para queimaduras, acne, feridas recorrentes, além de ser uma opção para perfis vulneráveis como idosos e diabéticos.
Com patente depositada no Brasil e internacionalmente, o produto já tem eficácia laboratorial comprovada e está pronto para avançar em parcerias com empresas. A iniciativa segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, ao alinhar saúde, sustentabilidade e inovação.
“O apoio para testes clínicos e parcerias será essencial para viabilizar a transição ao mercado”, afirma Rostagno.
Empresas interessadas na licença desta ou de outras tecnologias da Unicamp podem negociar diretamente com a Agência de Inovação Inova Unicamp. O objetivo é que soluções desenvolvidas na universidade cheguem à sociedade, promovendo saúde e bem-estar de forma inovadora e responsável.
Matéria orginalmente publicada no site Brazil Health