Comitiva chinesa visita Unicamp para estreitar relacionamento em P&D

De olho no futuro, parceria vai estimular o desenvolvimento regional

Texto: Carolina Octaviano

Fotos: João Marques

Com foco em parcerias para desenvolvimento de novas tecnologias em cidades inteligentes e energia, a Unicamp recebeu, no último dia 29, a visita do presidente e diretores do Instituto Chinês de Pesquisa em Energia Elétrica (CEPRI) e de representantes da empresa chinesa State Grid Corporation. O grupo, que detém um dos maiores Institutos de Pesquisa do mundo na área de energia elétrica, é proprietária da CPFL Energia, instituição que já realiza projetos de Pesquisa e Desenvolvimento com a Universidade. Com a instalação de uma nova sede do CEPRI no Brasil, o Instituto pretende desenvolver novos projetos no escopo do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

“Esta é a primeira universidade brasileira que visitamos e é uma satisfação estar na Unicamp”, completou Guo Jianbo, presidente do CEPRI. O estreitamento das relações também é visto com bons olhos pela Unicamp, que tem na missão a sinergia entre Universidade-Empresa. “Esta área de energia e sustentabilidade é de grande interesse não só para a Unicamp, mas para a região e para o Brasil. Esta parceria vai, certamente, gerar frutos positivos. Agora, é essencial que sempre mantenhamos nossos olhos no futuro para que esta sinergia se fortaleça e para que seus benefícios e impactos sempre se alinhem com nossa missão”, completou a Professora Teresa Dib Zambon Atvars, coordenadora geral e reitora em exercício da Unicamp.

O Professor Newton Frateschi, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, defende que o Parque Científico e Tecnológico da Universidade está apto, inclusive, a abrigar o Instituto que irá alavancar projetos de P&D deste porte com a academia e a indústria. A ideia é que a Unicamp possa contribuir com a expertise já adquirida no setor energético, em sua parceria com a CPFL, e se beneficiar do conhecimento da CEPRI, gerando tecnologias para reverter desafios relacionados ao abastecimento de energia elétrica.

“Essa interação com a CEPRI, que envolve a Inova e o HIDS, será muito importante para o fomento da parceria entre academia e empresa em áreas tão essenciais de infraestrutura e, ainda mais, sempre trazendo em si questões de sustentabilidade.  Outro ponto importante é que, tendo o Brasil e a China dimensões continentais, os desafios dos dois países são muito similares. Desta forma, as inovações e parcerias desenvolvidas aqui trarão benefícios mútuos”, afirmou Frateschi.

Com o estabelecimento do Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável (HIDS), que situa a Unicamp no epicentro do ecossistema de inovação e empreendedorismo regional, a parceria deve ser positiva não apenas para a Universidade, mas também para o desenvolvimento da região. A iniciativa integra diversos atores da região, entre universidades, centros de pesquisa e o poder público.

“Um projeto como este só prospera se atrairmos as empresas responsáveis pelo abastecimento de energia e de água. Por isso, queremos trazê-los para o HUB, para que eles possam empregar aquilo que eles têm de melhor em termos de tecnologia e modernidade”, frisou o Professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, diretor-executivo da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI Unicamp), que gerencia o HIDS.

Vale salientar que a CPFL e a Unicamp já possuem também uma parceria de sucesso no âmbito do Campus Sustentável. Firmada em 2017 e com previsão de conclusão em 2021, o estreitamento da relação já demonstra o compromisso da empresa com ações voltadas ao Desenvolvimento Sustentável. Projetos nas áreas de Cidades Inteligentes e Eficiência Energética, entre outras temáticas de impacto, já estão em desenvolvimento.

“Eles enxergam na Unicamp uma grande parceira para desenvolver projetos conjuntos, inclusive envolvendo a CPFL, aqui no Brasil. Embora o foco desta nova parceria seja na área de energia, há desafios que envolvem também cidades inteligentes e temas como Big Data e IOT (ou Internet das Coisas)”, concluiu o Professor Luiz Carlos Pereira, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), que atua no escopo desta iniciativa.