PIPE Empreendedor ganha site

O Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, lançou o site do Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia, o PIPE Empreendedor.

O site reúne informações sobre o funcionamento do PIPE Empreendedor e sua metodologia e disponibiliza links para material didático, como livros, cursos on-line e vídeos.

“A página do PIPE Empreendedor na internet é uma boa fonte de informações para pessoas que estão pensando em iniciar um negócio de cunho tecnológico e verificar o que deveriam fazer para atingir esse objetivo, independentemente de participar do programa de treinamento”, disse Fabio Kon, membro da coordenação adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP.

Lançado em 2016 pela FAPESP, em parceria com a George Washington University, o PIPE Empreendedor segue a linha do Programa I-Corps, criado pela National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, em associação com Steve Blank, professor das Universidades de Stanford e Berkeley e especialista em empreendedorismo.

Baseado na metodologia de desenvolvimento de clientes (customer development, em inglês), criada por Blank, o programa de treinamento tem o objetivo de conferir mais robustez e sustentabilidade comercial às propostas aprovadas no âmbito do PIPE.

O público-alvo do PIPE Empreendedor são empresas que se encontram na Fase 1 do PIPE – de análise da viabilidade da pesquisa para inovação. Em alguns casos, poderão também participar do treinamento projetos Fase 2 Direta – de execução da pesquisa – que estejam nos meses iniciais de sua execução.

A partir de 2018, a FAPESP passará a oferecer o PIPE Empreendedor quatro vezes ao ano. Todos os pesquisadores responsáveis com projetos em vigência na Fase 1 e em início da Fase 2 Direta são comunicados por e-mail.

São disponibilizadas vagas para 21 empresas por edição do programa. Cada empresa indica dois participantes: um pesquisador, com foco na tecnologia, e um gestor, dedicado ao negócio. A esses dois participantes a FAPESP indica um terceiro, que atuará como mentor da startup durante o treinamento.

O mentor, geralmente, é um executivo com grande experiência em negócios e que ajuda a startup a realizar as tarefas do treinamento, usando o seu conhecimento do mercado. Os mentores atuam em rede, para facilitar a troca de informação entre eles, com o objetivo de beneficiar cada uma das startups participantes do treinamento.

Os interessados em participar devem preencher um formulário com as informações básicas da sua equipe e do negócio que pretendem desenvolver. Também é necessário preparar um vídeo curto, de 2 a 3 minutos, com a apresentação do projeto e da equipe.

Ao todo 105 empresas participaram dos cinco programas de treinamento já realizados, que têm sido muito bem avaliados pelos participantes ao possibilitar que analisem seu modelo de negócio para seguir em frente, desistir ou redefinir a proposta original (“pivotar”, no jargão do empreendedorismo).

O treinamento dura sete semanas. Ao final, as startups aumentam as chances de serem aprovadas na Fase 2 do PIPE e de, posteriormente, oferecerem um produto com maior possibilidade de sucesso no mercado.

“Observamos que o impacto é muito positivo nas empresas que participam do PIPE Empreendedor”, disse Kon. “A maioria das que já participaram do programa de treinamento mudou seu modelo de negócios. Em geral, elas acabam descobrindo um novo mercado ou até um negócio diferente do que imaginavam.”

Durante o treinamento, os participantes elaboram, em uma primeira etapa, seu modelo de negócio com base na ferramenta Canvas, utilizada para modelagem de negócios.

Na etapa seguinte, as empresas recebem treinamento por instrutores experientes, indicados pela FAPESP, e são orientadas a realizar entrevistas externas com pelo menos uma centena de clientes – tarefa a ser cumprida em sete semanas – e, à luz das expectativas do mercado, calibrar, modificar ou rejeitar a ideia original. A última etapa é dedicada às apresentações finais dos resultados do treinamento para cada um dos projetos.

“O sucesso do PIPE Empreendedor irá estimular os pesquisadores das universidades e dos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo a avaliar as possibilidades de criarem suas startups”, estima Flavio Grynszpan, um dos instrutores do programa.

“O programa de treinamento é uma forma de o pesquisador transferir os resultados de suas pesquisas acadêmicas para a sociedade e de contribuir para que o país possa criar um novo parque empresarial, baseado nos avanços da ciência e tecnologia e competitivo internacionalmente”, avaliou.

O site do PIPE Empreendedor pode ser acessado em www.fapesp.br/pipe/empreendedor.