Quatorze tecnologias da Unicamp para celebrar os 14 anos da Agência de Inovação

Texto: Carolina Octaviano e Juliana Ewers

No dia 23 de julho, a Agência de Inovação Inova Unicamp celebra 14 anos da estruturação do Núcleo de Inovação Tecnológica da Unicamp. No entanto, é preciso ressaltar que outros órgãos, anteriores à Inova Unicamp, eram responsáveis pela gestão da Propriedade Intelectual e da Transferência de Tecnologia na Universidade. São eles: CPPI (Comissão Permanente de Propriedade Industrial), criada em 1984; ETT (Escritório de Transferência de Tecnologia), criado em 1990; e EDISTEC (Escritório de Difusão e Serviços Tecnológicos), criado em 1998.

Para comemorar esses 14 anos de história, a Inova Unicamp decidiu começar uma contagem regressiva para o seu aniversário. E nos próximos 14 dias, vai apresentar uma tecnologia por dia de seu portfólio. Gostou? Então, fique de olho!

1. Colírio para prevenção e tratamento da Retinopatia Diabética
Perfil Tecnológico: 908_RETINOPATIA
0001A formulação farmacêutica contida no colírio permeia as barreias oculares carreando o princípio ativo até a retina, evitando alterações neurais e vasculares geradas pelo efeito tóxico de altas taxas de glicemia. Por ser em apresentação tópica, não é um método invasivo e nem oferece riscos aos pacientes. Dentre os pontos positivos da tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e da Faculdade de Engenheira Química (FEQ), está o fato de poder ser ministrado nas fases precoces da doença, precedendo detecção clínica da Retinopatia Diabética, doença que pode levar à perda irreversível da visão em estágios mais avançados.  A tecnologia está disponível para licenciamento.

 


2. 
Diagnóstico de doenças mentais pela análise do sangue
Perfil Tecnológico: 932_BIOMARCADORES

BiomarcadoresO método permite o diagnóstico de doenças como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, a partir da análise sanguínea por meio da Ressonância Magnética e da utilização de biomarcadores. A tecnologia é inovadora pelo fato de que, atualmente, o diagnóstico é feito somente por meio da avaliação de pacientes, em entrevistas com psiquiatras, o que pode ocasionar na demora e imprecisão da detecção de transtornos mentais. O método foi desenvolvido a partir de uma parceria entre pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Unicamp e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com o apoio da Fapesp.

 

 

3. Método detecta fibrose cística a partir da saliva

Perfil Tecnológico: 1126_FIBROSE

0001 A tecnologia possibilita diagnóstico precoce da fibrose cística, a partir da análise de biomarcadores na saliva do paciente, resultando em um exame menos incômodo e mais preciso. O método, desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas com o apoio da Fapesp, é uma alternativa para a detecção da doença por meio do teste do suor, cuja coleta se dá de maneira invasiva. A doença é hereditária e afeta, principalmente, os aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas. Contudo, se diagnosticada precocemente, ocasiona melhor prognóstico e maior qualidade de vida ao paciente.

 

 

4. Imagens mais próximas à percepção real do olho humano

Perfil tecnológico: 805_BUFFER

0001_bufferDesenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) desenvolveram um sensor para bufferização de imagens estáticas ou em movimento. Em outras palavras, o método proporciona múltiplas imagens em uma única abertura do shutter em imagens digitais, minimizando a presença de borrões e tornando o processo mais rápido. O sensor possibilita, posteriormente, a combinação em uma única imagem, bem próxima à percepção real do olho humano, em termos de exposição à luz.  É aplicável a qualquer digital de imageamento como câmeras, filmadoras e raio-x, por exemplo.

 

 

 

5. Equipamento possibilita a inativação de micro-organismos

Perfil tecnológico: 905_CAVITANTE

905Com aplicação aprimorada para estações de tratamento de água, trata-se de um equipamento de baixo-custo capaz de inativar mais micro-organismos em menor tempo, possibilitando ainda a diminuição do consumo elétrico e diminuição do uso de químicos no processo. A tecnologia utiliza múltiplos jatos e uma combinação de fatores como pressão, geometria do bucal, velocidade do jato, entre outros. Desenvolvido na Faculdade de Engenharia Civil (FEC), o equipamento pode ser empregado ainda em pequenas comunidades e plantas industriais.

 

 

 

6. Método capaz de precisar a quantidade de sal de sódio em alimentos

Perfil tecnológico: 1052_DEPLECAO

depleçãoTrata-se de uma técnica mais confiável e precisa e que permite quantificar o sal de sódio em alimentos. Com possibilidade de aplicação na indústria alimentícia, a tecnologia vai ao encontro da necessidade em declarar a presença e a quantidade de sódio e de glutamato nos produtos, em um relacionamento em que se preza pela transparência com o consumidor. Desenvolvido por pesquisadores do IQ e da Universidade de São Paulo (USP) com financiamento da Fapesp, é um método de baixo custo e com portabilidade, dispensando qualquer pré-tratamento da amostra a ser analisada.

 

 

 

7. Comprimido para reação de nitrosação no meio gastrointestinal

Perfil tecnológico: 1075_ESTOMACAL

EstomacalA tecnologia, em forma de comprimido, permite a liberação controlada de RSNOs, que liberam o ácido nítrico e trazem resultados benéficos em tratamentos experimentais de esteatose e cirrose hepáticas. A composição desenvolvida no IQ possibilita uma nova estratégia de administração do medicamento – que se mantém preservado no interior do comprimido, com lenta difusão no meio gastrointestinal -, podendo ter sua aplicação na área médica, especialmente no setor farmacêutico.

 

 

 

 

8. Base lipídica evita o efeito fat bloom em chocolates

Perfil tecnológico: 1058_MANTEIGA

ManteigaA partir do atraso nas transições polimórficas da manteiga de cacau, tecnologia desenvolvida na Unicamp melhora propriedades de cristalização, resolvendo problemas na etapa de temperagem dos chocolates e inibindo o efeito de fat bloom – defeito que deixa o tablete esbranquiçado. Essa é uma deformidade causada pela cristalização inadequada das gorduras presentes no chocolate. A pesquisa que deu origem à patente teve apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e foi desenvolvida por pesquisadores da FEQ (Faculdade de Engenharia Química) e da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos). A manteiga de cacau utilizada na produção de chocolates determina as principais características relacionadas à qualidade sensorial, durabilidade e estabilidade física durante o armazenamento. A natureza polimórfica é complexa e o comportamento desta gordura depende diretamente das condições de processo da cristalização. A partir do uso da base lipídica criada na Unicamp, há uma modificação direta na microestrutura cristalina, capaz de retardar a transição polimórfica da manteiga de cacau, melhorar as propriedades de cristalização e oferecer resistência térmica e inibição do já conhecido fatbloom. A tecnologia está disponível para licenciamento.

9. Levedura modificada aumenta a produção de etanol 2G

Perfil tecnológico: 956_CEREVISAE

LeveduraA tecnologia, que contou com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e cujos inventores são o professor Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, do Instituto de Biologia, e os alunos Leandro Vieira dos Santos e Renan Augusto Siqueira Pirolla, consiste em uma levedura modificada geneticamente capaz de aproveitar mais açúcares para a produção de etanol de segunda geração. Na primeira geração, o etanol é proveniente apenas da fermentação do caldo da cana de açúcar. Já na segunda geração, esse processo para obtenção do álcool é aplicado a palha, bagaço, folhas e caule, que são produtos secundares à cana, ou qualquer outro material lignocelulósico, nos quais o açúcar está presente em forma insolúvel. Nesses materiais, são encontrados dois tipos de açúcares principais: a glicose, em 40%, e a xilose, em 25%. No entanto, as leveduras utilizadas nesses processos industriais eram capazes, até então, de fermentar apenas a glicose, desperdiçando a possibilidade de obtenção de etanol a partir da xilose. A tecnologia desenvolvida na Unicamp, com a modificação genética da levedura, permite que esse açúcar não seja perdido. Em porcentagem, isso significa um aproveitamento 38,4% maior dos açúcares presentes nesses componentes.

10. Método interpreta cenários complexos ao redor do veículo

Perfil tecnológico: 938_Grades

Método interpreta cenários complexos ao redor do veículoAquela fração de segundos que o motorista tem para tomar uma decisão e tentar impedir uma batida de carro pode não ser suficiente para evitar um acidente. Diante disso, a tecnologia da Unicamp “Método de Percepção Veicular” caminha para uma solução que futuramente impeça essas colisões. De acordo com o professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e orientador deste trabalho, Janito Vaqueiro Ferreira, o sistema leva em conta aspectos dinâmicos e incertos de ambientes urbanos para mapear a percepção local do veículo, sua localização relativa e obstáculos, tanto estáticos quanto móveis. Esse método modela o ambiente durante o deslocamento do veículo através de câmeras estereoscópicas, com representações topográficas em espaço 2D e 3D, que permitem identificar, por exemplo: a calçada, postes, árvores, pessoas, obstáculos, entre outros. A aplicação pensada para a tecnologia é em veículos inteligentes.

11. Método para a correção automática dos maxilares em 3D

Perfil Tecnológico: 1068_OSSEO

OdontologiaAplicável na área odontológica, tecnologia desenvolvida pela Unicamp permite um planejamento virtual de problemas craniofaciais de maneira mais ágil, a partir de um método para reposicionamento automático de segmentos ósseos maxilares em planejamento virtual tridimensional.

Fruto de uma pesquisa envolvendo a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação e a Faculdade de Ciências Médicas da universidade, a tecnologia traz como benefício: a correção automática dos problemas de maloclusão esquelética, de assimetria facial e de discrepância de maxilares. Além disso, pode ser usada no ensino e treinamento de cirurgiões dentistas. E para confirmação de tratamento de casos mais complexos.

 

12. Novo kit de compostos aumenta a eficiência da transfecção celular

Perfil Tecnológico: 1008_CICLOPIROX

KITA partir de um novo composto em combinação com o PEI, tecnologia desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas permite intensificar a transferência de macromoléculas e outros compostos para o interior celular. A tecnologia, além de inovadora, é de baixo custo. Outros benefícios listados são: aumenta a eficiência em relação ao método atual, dispensa o uso de agregados lipídicos e não aumenta os níveis de toxidade. A tecnologia pode ser aplicada nas áreas de biotecnologia, especificamente na área de biologia celular e molecular, considerando importantes aspectos de segurança e compatibilidade experimental. Os inventores são da FCA (Faculdade de Ciências Aplicadas) da Unicamp. A pesquisa contou com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

 

13. Resina Bulkfill com maior resistência e profundidade de cura

Perfil tecnológico: 1031_BULKFILL – pedido  PCT

1031Nova composição, desenvolvida pela FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba) da Unicamp, melhora as propriedades mecânicas da resina tipo Bulkfill e proporciona um tratamento de restauração dental mais rápido e eficiente.

A tecnologia da Unicamp possui melhores propriedades mecânicas, permitindo menor contração, maior resistência ao desgaste e melhor polimento da superfície, minimizando assim a chance de erro. O resultado é uma restauração de alta qualidade e contribui para uma redução no tempo clínico.

Os compósitos dentais do tipo Bulkfill são usados nos tratamentos odontológicos por apresentarem vantagens e benefícios em relação aos compósitos convencionais, dada sua maior possibilidade de cura e menor estresse de polimerização. A pesquisa teve apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

14. Rápida detecção de alimentos impróprios para o consumo

Perfil tecnológico: 372_INTELIGENTE

372

Desenvolvida na FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp, a tecnologia surge como potencial solução para ajudar o consumidor a detectar alimentos estragados, pois consiste em um sensor colimétrico atóxico e biodegradável de indicação rápida e fácil leitura, ideal para verificar o frescor de produtos na indústria de alimentos. Através da detecção de H2S, o sensor consegue verificar o frescor dos alimentos em aproximadamente 30 segundos e também pode ser aplicado nas indústrias que utilizam ou geram o H2S, a fim de garantir a segurança dos trabalhadores. Atualmente, a indústria de alimentos utiliza sensores de variação de acidez ou de concentração de oxigênio para verificar o frescor dos alimentos, além dos tradicionais prazos de validade. Entretando, não há uma resposta rápida no uso dessas alternativas.