Tecnologia da Unicamp venceu o Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica

Prof. Vera Lucia discursando no microfone com troféu

Texto: Kátia Kishi     |   Foto: Divulgação

A plataforma CranFlow, desenvolvida e registrada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com a Universidade Federal do Alagoas (Ufal), venceu nessa última sexta-feira (8) a categoria de Inovação em Genética do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica.

A tecnologia foi uma das três selecionadas pelo grupo de jurados especialistas e disponibilizada para votação popular. A análise dos jurados somada a essa votação popular definiram a tecnologia da Unicamp como vencedora de Inovação em Genética. No caso, trata-se de um software que armazena e extrai dados para formar a Base Brasileira de Anomalias Craniofaciais (BBAC), como a fenda oral, uma das anomalias mais comuns no mundo.

Devido ao longo tratamento dessa e outras condições genéticas que são realizados com intermédio de diferentes profissionais da saúde, as professoras de genética Vera Lúcia Lopes, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM Unicamp), e Isabella Lopes Monlleó, professora da Ufal, lideraram um grupo de pesquisa chamado Projeto Crânio-Face Brasil, que deu origem ao sistema utilizado em nove municípios brasileiros, desde 2014, a fim de facilitar a comunicação e análises dos pacientes.

Para o uso, profissionais parceiros treinados podem armazenar os dados de forma online no CranFlow para acompanhar o tratamento, além de permitir análises mais aprofundadas que caracterizem a população estudada e impactem em políticas públicas na área de saúde, explicou Lopes sobre a tecnologia:

“O CranFlow ajuda a identificar as necessidades de saúde específicas da população com anomalias craniofaciais, além de otimizar o acesso a investigações em genética por meio de agrupamento de indivíduos com necessidades semelhantes. Esses aspectos contribuem para o incremento clínico, terapêutico e de prevenção, cujo benefício final é percebido pelo indivíduo como melhoria de sua qualidade de vida”, defende a docente da Unicamp.

Entre os exemplos desse benefício que a plataforma pode trazer, a professora apresentou resultados obtidos com software como a predominância de casos de fenda oral no Nordeste brasileiro (55% em uma base de 1546 famílias), onde também se localiza maior frequência de casos de consanguinidade parental e analfabetismo materno, sendo possível embasar a elaboração de políticas públicas específicas para tratar e prevenir novos casos.

 

Mais sobre o Cranflow

O Projeto Crânio-Face Brasil aceita colaboração de novos centros ou geneticistas. Interessados podem acessar o site da FCM Unicamp.

O software Cranflow poder ser licenciado por intermédio da Agência de Inovação Inova Unicamp. O contato para licenciamento dessa e de outras tecnologias pode ser feito com a equipe de Parcerias da Inova Unicamp por meio do e-mail: parcerias@inova.unicamp.br

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