Incubação de empresas na África do Sul, Brasil e México em debate no webinar Global Partners

Print de tela em que aparecem seis pessoas, entre eles os palestrantes do evento e a moderadora. Ao todo, são três mulheres brancas, uma mulher amarela, um homem branco e um homem preto na imagem.

Texto: Kátia Kishi

Nessa última quinta-feira (16) foi realizado pela Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp) o terceiro webinar em inglês do Programa Global Partners, que reuniu virtualmente 48 pessoas interessadas em conhecer e debater boas práticas dos programas de incubação desenvolvidos pela brasileira Unicamp, pela sul-africana Universidade da África do Sul (UNISA) e pelo mexicano Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (Tec de Monterrey).

Entre as diferenças com resultados positivos no fomento de empreendedorismo, o pesquisador do Departamento de Inovação e Empreendedorismo da Tec Monterrey, Rafael Tristán, apresentou um modelo de incubação que se inicia durante o terceiro ano de graduação dos alunos. Isso porque eles incentivam a participação dos alunos em um Desafio, não obrigatório, de duração de um semestre com mentorias da faculdade para montarem seus negócios com soluções e clientes reais, como se fosse realmente o período de pré-incubação dessas empresas, não somente projetos de faculdade.

Uma proposta semelhante de pré-incubação para despertar o interesse e desenvolver competências é promovido pela Diretoria de Inovação, Transferência de Tecnologia e Comércio da UNISA. Conhecido como “Pre-Seed Startup Programme”, a proposta é ajudar a dar tração e estruturar negócios ainda em estágio iniciante, além facilitar a transferência de tecnologia da Universidade e promover relacionamento com ecossistema de pesquisa e negócios.

“Muitas pessoas estão acostumadas com o conceito de incubadoras e aceleradoras, mas nós lidamos um passo para trás na pré-incubação com empresas que, às vezes, ainda são ideias de negócios. Com a pandemia, tivemos muito impacto nas nossas atividades, mas aprendemos a abrir a incubadora para mais pessoas terem acesso, sendo que, além do aumento de interessados, aumentamos nossa rede de contatos e mentores para todo o país e também internacionalmente”, comentou Yongama Skweyiya, empreendedor e gestor da pré-incubadora da UNISA.

Ele também prevê um modelo híbrido para o programa continuar atingindo mais pessoas, sendo necessário estabelecer parcerias em espaços com internet dedicada para alguns empreendedores que vivem em áreas cuja oferta de internet ainda não é tão ampla terem um melhor acesso às mentorias virtuais, sem necessidade de se deslocar de cidade ou região.

A pré-incubação também está presente na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), mas a gerente do Parque Científico e Tecnológico e da Incamp, Mariana Zanatta, explicou que na Universidade são desenvolvidos outros programas além desse, como o Desafio Unicamp para modelar negócios a partir das tecnologias da Universidade e também a disciplina “Propriedade Intelectual, Inovação e Empreendedorismo”, ofertado pela Inova. O programa de incubação, que é reconhecido pela Anprotec e Cerne pelas boas práticas, também vai além da pré-incubação, podendo ter duração de três anos:

“Nosso programa de incubação tem em média três anos de duração, sendo que avaliamos se o projeto aprovado necessita de seis meses de pré-incubação ou pode iniciar direto no programa de incubação. Na pré-incubação, focamos em treinamentos das habilidades dos empreendedores, como estruturar um Business Model Canvas e validar suas ideias de negócios. Enquanto na incubação vamos além, com mentorias voltadas às tecnologias, negócios, gestão e captação de investimento”, explica Zanatta sobre as etapas dos programas.

Assista ao vídeo completo com as apresentações e debate do webinar Global Partners sobre boas práticas de incubação: