Redes Internacionais de Inovação: incubada amplia contato com grupos da Argentina

Marcelo Ventura Rubio, responsável pela área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Bioprocess Improvement, com os pesquisadores da Universidad Nacional del Litoral em sua visita à Argentina

Startup Bioprocess Improvement foi contemplada em programa Landing, da RedEmprendia

Texto: Marina Moura

Um dos benefícios para startups incubadas na Incamp, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp, é ter acesso às redes internacionais de inovação às quais a Unicamp faz parte. Esse é o caso da Bioprocess Improvement, startup de base biotecnológica fundada em 2018 por ex-alunos da Unicamp, que trabalha com projetos de inovação na área de engenharia de bioprocessos e com a otimização de processos já estabelecidos na indústria.

A Bioprocess foi contemplada no programa Landing, da RedEmprendia, uma rede de Universidades da Espanha, Portugal e América Latina que promove a inovação e o empreendedorismo de forma responsável. O programa financiou a visita da startup, em fevereiro de 2020, a grupos de pesquisa de universidades argentinas.

Marcelo Ventura Rubio, responsável pela área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Bioprocess Improvement, visitou a Universidad Nacional de La Plata e a Universidad Nacional del Litoral. Os grupos argentinos possuem experiência na área de bioprocessos e de controle biológico, além de possuírem relação de proximidade com o setor industrial.

De acordo com Rubio, a viagem e o contato com os grupos de pesquisa foram extremamente proveitosos: “O programa da RedEmprendia foi muito importante para iniciar o processo de internacionalização da nossa empresa. No meu ponto de vista, a Bioprocess Improvement retorna mais madura com essa experiência e mais preparada para o desenvolvimento de novas tecnologias. Além disso, também tivemos novas ideias e estabelecemos excelentes contatos para potenciais colaborações aos projetos PIPE já em andamento.”

Atualmente a empresa possui dois projetos contemplados pelo financiamento PIPE fase 1 e ambos são relacionados à indústria sucroenergética: o primeiro se baseia em modelagem computacional para desenvolver alterações em centrífugas utilizadas em usinas de etanol e o segundo é relativo ao controle de contaminação em processos fermentativos industriais.

No primeiro projeto, a Bioprocess está atualmente na fase de construção da centrífuga piloto. Já na segunda proposta, a empresa está empenhada em identificar os microrganismos contaminantes do processo de produção do etanol. A partir do controle biológico, a empresa identifica os microrganismos indesejados e consegue diminuir as perdas, aumentar o rendimento e diminuir os custos da produção do combustível.

No contexto do projeto relacionado ao controle biológico, a viagem para a Argentina aconteceu com o intuito de adquirir conhecimentos aprofundados sobre técnicas de trabalho, controle de qualidade e melhores maneiras de manipular e armazenar insumos.

Marcelo Ventura Rubio com os pesquisadores argentinos da Universidad Nacional de La Plata

“A primeira visita foi na Universidad Nacional de La Plata no grupo CIDCA (Centro de Investigación y Desarrollo en Criotecnología de Alimentos). Lá discutimos sobre o isolamento e a aplicação de microrganismos em processos fermentativos e alimentícios, além de tratar sobre como o grupo poderia ajudar no desenvolvimento do trabalho do PIPE de controle biológico da Bioprocess. O segundo grupo que visitamos foi o INLAIN (Instituto de Lactología Industrial) da Universidad Nacional del Litoral. Discutimos com os pesquisadores sobre as técnicas de controle biológico aplicadas pelo grupo em trabalhos com indústrias e fizemos um curso teórico e prático de uma semana sobre controle de qualidade e armazenamento.”, conta Rubio sobre a programação de sua visita.