Stenville (2012)

CORANTE NATURAL PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL A PARTIR DO RESÍDUO DA EXPLORAÇÃO DO EUCALIPTO

A patente “Processo de Obtenção de Extrato Aquoso de Eucalipto contendo corantes naturais a partir de Fonte Renovável e/ou Silvicultura, Extrato Aquoso, Composição Corante Natural à Base do Extrato Aquoso, Usos do Extrato Aquoso e/ou Composição Corante, Produto Têxtil Impregnado e Seu Uso”, depositada junto ao INPI em cotitularidade pela Unicamp, USP e a Stenville Têxtil e licenciada para esta de forma exclusiva, consiste em uma tecnologia de tingimento de tecidos, que tem como base uma fonte natural.

Case Stenville_Foto_Edison Bittencourt

O prof. Edison Bittencourt

O professor Edison Bittencourt, da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, recorda que até meados do século 19, apenas corantes naturais eram utilizados no tingimento de tecidos. “A inovação, digamos assim, refere-se ao desenvolvimento de aplicações a partir de fontes naturais típicas do Brasil ou que resultam, por exemplo, da utilização madeira”, explica Bittencourt. O professor aponta que a escolha pelo eucalipto se deve ao interesse no aproveitamento da sobra da exploração dessa espécie resultante das atividades das indústrias madeireira e de produção de papel.

Reaproveitamento do resíduo industrial e, pelas características naturais, redução da poluição nos efluentes da indústria têxtil estão entre os benefícios da tecnologia. Condições que se alinham à estratégia da Stenville que, desde 2006, mantém intensa preocupação com as questões do meio ambiente e com um modo de produção sustentável.

De acordo com o diretor da empresa, George Tomic, a expectativa é que a comercialização dos tecidos com corante natural esteja plenamente em andamento no meio do ano de 2013. “No momento estamos investindo amplamente nas ações de marketing”, acrescenta Tomic. O diretor informa que a campanha tem como mote “Sustentabilidade na Prática” e reúne outras linhas de produtos e projetos desenvolvidos com foco na conservação e recuperação do meio ambiente.

Os autores da pesquisa, além do professor Bittencourt, são o professor José Otávio Brito e as pesquisadoras Raquel Silveira Ramos Almeida e Ticiana Rossi, todos da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo. “Esta interação com a Esalq começou como resultado de um curso de extensão que ofereci pela Unicamp, na área de corantes e colorimetria”, conta o professor da FEQ.

SOBRE A EMPRESA

A Stenville Têxtil, com sede em Jundiaí (SP), atua no ramo de beneficiamento, estamparia e tinturaria de malhas, bem como na comercialização de tecidos. Tornar-se líder no segmento de malhas diferenciadas é o objetivo da empresa, que investe em fibras 100% recicladas, corantes e amaciantes naturais, bem como em fibras inteligentes e fibras orgânicas.