Padtec (2012)

CASE 1: PESQUISAS NA ÁREA ÓPTICA OBJETIVAM OTIMIZAR TEMPO E REDUZIR CUSTOS

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Prof. Evandro Conforti

Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp desenvolveram duas tecnologias inovadoras na área óptica, ambas licenciadas em 2012 para a empresa Padtec. Os processos de proteção e licenciamento das tecnologias foram intermediados pela Agência de Inovação Inova Unicamp, que auxiliou os pesquisadores ainda na fase de formulação do pedido de patente. “A Inova Unicamp nos orientou sobre os aspectos da proteção industrial, bem como no âmbito da abrangência da patente. Em seguida, a Agência realizou todo o contato com a Padtec para a realização do contrato de licenciamento”, afirma o professor Evandro Conforti, inventor da patente, que também contou com o auxílio do professor Cristiano Gallep (CESET-Limeira), do doutor Napoleão Ribeiro e dos alunos André Cavalcante e Rafael Figueiredo.

A tecnologia “método de apagamento de portadora óptica, dispositivo apagador, dispositivo fotônico remodulador e uso dos dispositivos” teve sua patente depositada em 2011 e consiste em uma técnica capaz de recuperar o sinal do laser que chega ao assinante após o usuário já ter recebido a informação da internet. De acordo com Evandro, o diferencial da tecnologia é a utilização de dispositivos ópticos amplificadores semicondutores ultra longos. “A tecnologia economiza a geração de um novo sinal, que pode ter altos custos. A invenção possui maior velocidade e eficiência em relação aos métodos existentes, realizando o apagamento e remodulação do sinal do laser em taxas acima de 20 giga bits por segundo”, explica. Na prática, a invenção pode ser aplicada em redes ópticas com fontes de luz centralizadas na implementação da estrutura FTTH – do inglês, “fiber-to-the-home” (conexão de fibra até a residência). “Pode-se fazer a conexão de forma que o canal de descida – que vai da central até o assinante – possa ser remodulado com nova informação, operando também como canal de subida – que vai do assinante até a central”, afirma Evandro. Dessa maneira, o canal reaproveitado leva dados de retorno sem a necessidade de uso de outro comprimento de onda adicional. “O reuso dobra a capacidade de um sistema com número fixo de canais, dispensando a existência de fonte luminosa no ponto do usuário final/remoto”, ressalta.

Já a patente “Método de chaveamento eletro-óptico empregando multi-impulsos e degrau de corrente via amplificadores ópticos a semicondutor, dispositivos para chaveamento eletro-óptico de portadoras ópticas, e uso dos dispositivos” foi depositada em 2012 e objetiva aumentar a velocidade das chaves eletro-ópticas, que são chaves comandadas por um sinal elétrico que podem ou não deixar passar um sinal de luz. “O diferencial da tecnologia é que, ao empregar amplificadores ópticos a semicondutores, ela consegue tempos da ordem de dez mil vezes menores do que as chaves convencionais, além de amplificar o sinal a ser chaveado”, explica.

De acordo com Roberto Nakamura, diretor de tecnologia da Padtec, as tecnologias licenciadas podem ser utilizadas futuramente em produtos inovadores da empresa. “A tecnologia pode contribuir para aumentar a capacidade dos equipamentos fornecidos pela Padtec para redes ópticas de acesso. Além disso, durante o projeto, estamos formando profissionais de alto nível que certamente contribuirão para melhorar ainda mais a capacidade da região de Campinas a desenvolver tecnologias e produtos na área óptica”, afirma. Segundo o professor Evandro, a aplicação industrial das tecnologias licenciadas depende de diversos fatores mercadológicos, mas pode ser considerada uma futura realidade. “A empresa realiza desenvolvimentos tecnológicos e está em fase de testes para integrar estas chaves e dispositivos nos chamados chips fotônicos integrados para que, assim, alcance os resultados”, afirma. Nakamura relata que, como as tecnologias desenvolvidas são muito inovadoras, a aplicação nas redes de telecomunicações não é imediata. “É preciso investimentos adicionais para que os custos diminuam e, assim, as tecnologias possam ser utilizadas comercialmente”, finaliza.

 

CASE 2: TECNOLOGIA MINIMIZA INTERFERÊNCIA OCASIONADA PELO EFEITO DISPERSIVO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp (FEEC) desenvolveu a tecnologia intitulada “processo de retropropagação concorrente suave para equalização temporal em sistemas OFDM”, cujo objetivo é minimizar a interferência entre símbolos ocasionada pelo efeito dispersivo dos meios de comunicação. A pesquisa foi desenvolvida pelo doutorando Estevan Marcelo Lopes sob orientação do professor Dalton Arantes e sob co-orientação do professor Estevan Lopes. A tecnologia teve sua patente depositada em 2012, ano em que foi realizado o licenciamento exclusivo para a empresa Padtec. “A tecnologia foi desenvolvida em projeto financiado pela FAPESP e pela Padtec. Trata-se de resultado obtido em projeto desenvolvido no âmbito do Programa PITE da FAPESP”, explica Dalton.

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Os pesquisadores Dalton Arantes e Fabbryccio Cardoso

De acordo com o pesquisador, a Agência de Inovação Inova Unicamp teve papel fundamental nos processos de depósito de patente e licenciamento. “A Agência nos auxiliou no processo de busca para verificar a existência de alguma tecnologia similar no mercado. Em seguida, ofereceu todo o suporte necessário, como: preparação da documentação necessária para encaminhamento do processo; orientação na elaboração de minuta com as informações pertinentes à patente solicitada; encaminhamento do processo do pedido de patente para os órgãos competentes; auxílio no contrato de licenciamento”, enumera Dalton.

Segundo o professor, a proposta inicial da tecnologia era aumentar a taxa de transmissão de dados em sistemas de comunicação sem fio e ópticos que operassem com modulação OFDM. “A tecnologia pode ser empregada em sistemas de comunicação sem fio e em sistemas de comunicações ópticas coerentes”, explica. De acordo com Roberto Nakamura, diretor de tecnologia da Padtec, a tecnologia poderá contribuir para aumentar a capacidade dos equipamentos fornecidos pela empresa para redes de entroncamento. “A tecnologia licenciada tem potencial de uso em produtos da Padtec, mas ainda não possui aplicação imediata, já que o mercado não possui demanda de tráfego suficiente. No entanto, a tecnologia possui grande potencial e pode ser absorvida pelo mercado em um futuro próximo”, finaliza.

 

SOBRE A PADTEC

A Padtec S.A. é uma empresa brasileira voltada para a produção de sistemas de comunicações ópticas usando a tecnologia DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing) com aplicações em redes de entroncamento quer sejam de longa distância, metropolitanas ou em conexões ponto a ponto em redes de armazenamento. Sua missão é fornecer para o mercado globalizado, de maneira ágil e flexível, soluções em dispositivos, equipamentos e sistemas de comunicações ópticas que explorem as potencialidades da camada óptica.