Campinas ganha centro da Natura

Marcelo de Oliveira
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
marcelof@rac.com.br

Mesmo em fase de apreciação na Câmara Municipal de Campinas, a lei de incentivo fiscal para empresas de base tecnológica, que concede uma série de benefícios, já começa a atrair novas indústrias para a cidade. Considerada uma das maiores companhias brasileira na área de cosméticos, higiene e perfumaria, a Natura inicia em outubro a construção de um centro de tecnologia e pesquisa no município. No mesmo mês, o Instituto de Pesquisa Eldorado também deflagra um investimento de R$ 12 milhões para construção de uma sede própria na cidade. As duas empresas vão ocupar áreas no Parque Científico e Tecnológico de Campinas (Pólo Ciatec 2), concebido em 1970 e que só agora começa a sair do papel. Juntas, deverão gerar até 850 novos empregos ao longo dos próximos anos.

Os novos investimentos vão consolidar a Região Metropolitana de Campinas (RMC) como um forte pólo de desenvolvimento e pesquisa, além do setor tecnológico. Hoje, outras multinacionais instaladas na região já concentram estas áreas em suas unidades locais, como é o caso da francesa Rhodia, que elegeu sua unidade de Paulínia como centro de pesquisa para o Brasil (veja matéria nesta página).

A Natura, por meio de sua assessoria de imprensa, confirma a implantação do empreendimento mas guarda em segredo os valores de investimentos, número de empregos e informações sobre o negócio. O centro de tecnologia e pesquisa nacional — outro deverá ser implementado na Europa, provavelmente na Espanha — irá ocupar uma área de 300 mil metros quadrados, dentro do Pólo Ciatec 2. Segundo o Secretário Municipal de Urbanismo de Campinas, Hélio Carlos Jarretta, o empreendimento deverá ter entre 12 e 15 mil metros quadrados de área construída.

Fundada a 37 anos, a Natura registrou em 2005 uma receita bruta de R$ 3,24 bilhões, com crescimento de 27,7% sobre o ano anterior.

Anualmente, ela investe 3% de sua receita na área de pesquisa e desenvolvimento e conta com 4 mil funcionários diretos e outras 525 mil consultoras espalhadas pelo País.

Segundo o secretário, o centro deverá gerar 250 postos de trabalho no início de sua operação, no final do próximo ano. Outra empresa que começa as obras estruturais no Pólo Ciatec 2 no próximo mês de outubro é o Instituto de Pesquisa Eldorado — uma associação sem fins econômicos, fundada em 1997 e que começou a operar dois anos depois. Atualmente, o instituto funciona dentro do condomínio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), onde trabalham 400 pessoas. O prédio próprio ocupará uma área de 8 mil metros quadrados e está dimensionada para funcionar com 600 funcionários quando inaugurado, no final de 2007, mas poderá chegar a mil nos anos seguintes.
 
O superintendente do Instituto Eldorado, Arthur Catto, conta que a instituição desenvolve hoje pesquisas e desenvolvimento na área de tecnologia, projetos, serviços tecnológicos, consultoria e capacitação profissional, contando com cerca de 20 parceiros. Com a expansão dos negócios, a sede atual não permite grandes ampliações de pessoal, um dos motivos que levou o Instituto a optar por uma sede própria dentro do Pólo Ciatec 2.

Rhodia elegeu Paulínia para abrigar novo laboratório

O processo de atração de empresas focadas em pesquisa e desenvolvimento, deflagrada pela Prefeitura de Campinas já existe na Região Metropolitana, principalmente por meio de empresas multinacionais. A francesa Rhodia elegeu sua unidade de Paulínia para abrigar o Centro de Pesquisas de Paulínia (CPP), reunindo dentro de sua área dez laboratórios modernos para desenvolvimento e aplicações de produtos. O CPP conta com uma equipe qualificada de aproximadamente 100 profissionais, a maioria absoluta formada por pesquisadores e cientistas, além de técnicos e pessoal de apoio.

O CPP é um dos cinco pólos de pesquisa da Rhodia no mundo, estando os outros localizados na França, onde há dois centros de pesquisas, nos Estados Unidos e na China. A meta da companhia neste momento é ampliar seus investimentos em pesquisa na área de nanotecnologia, através do desenvolvimento da segunda geração de emulsões de silicone para a indústria têxtil. O objetivo é propiciar mais conforto, toque e maciez aos tecidos. (MO/AAN)

NÚMERO

250 EMPREGOS é total de vagas que serão gerados com a implantação do centro de tecnologia e pesquisa da Natura