Novigo desenvolve modelo de negócios para processo de produção de gordura

Texto: Carolina Octaviano

A Equipe Novigo, finalista do Desafio Unicamp 2015 – competição de modelo de negócios a partir de tecnologias geradas na Unicamp -, desenvolveu seu modelo de negócios a partir de uma tecnologia que permite a produção de cristais de gordura microencapsulos para utilização em óleos e gorduras, possibilitando incremento na textura e a substituição da gordura trans.

“Além deste efeito, promove melhor estabilidade em emulsões e menor exsudação de óleo dos produtos alimentícios e cosméticos aplicados. Esta tecnologia amplia a utilização de vários óleos com deficiência de consistência, sendo interessante como matéria-prima para a indústria alimentícia, com diferentes aplicações. Ela também é interessante para empresas que produzem gorduras”, afirma Maria Cristina Nucci Mascarenhas, Doutora em Tecnologia de Alimentos pela Unicamp e membro da equipe.

Ela revela que os diferenciais da tecnologia são a facilidade de armazenagem e de transporte do produto e a redução no custo de produção de gordura. “É um pó facilmente adicionado e disperso em diferentes produtos com estabilidade ao transporte e estocagem. Sua ação como semente de cristalização reduz o custo do processo, devido ao menor tempo de cristalização da gordura e a não necessidade de altas temperaturas”, comenta.

Maria Cristina conta que, por ser uma patente depositada durante o doutorado de um dos integrantes, a tecnologia foi escolhida por eles, frisando que, desde o início da concepção da tecnologia, ela foi pensada com um viés comercial, uma vez que buscava uma inserção no mercado de óleos e gorduras. “A tecnologia estava bastante sedimentada em relação a parte técnica, porém foi necessário desenvolver a parte comercial e desenvolver a ideia de negócio para esta tecnologia”, diz.

Para ela, a utilização da metodologia do Desafio Unicamp, a presença da mentora empresarial Caroline Levy, gerente de marca Coqueiro na Camil Alimentos, e o apoio de David Whitney, da Universidade da Flórida, foram fundamentais para o desenvolvimento do modelo de negócios adotado pelo grupo. “As ferramentas apresentadas no primeiro encontro (no Workshop de Business Model Canvas) foram fundamentais para direcionar os trabalhos e tornar as pesquisas necessárias mais efetivas, diretas e práticas. Os mentores empresarias foram também fundamentais, pois apontaram novas ideias e caminhos, tornando mais claro nosso modelo de negócios ”, revela.

Ela frisa que os participantes da equipe Novigo, também formada por Henrique Ribeiro Mascarenhas, mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Chiu Chih Ming, doutor em Tecnologia Bioquímica-Farmacêutica pela Universidade de São Paulo (USP), possuem perfil empreendedor e pretendem dar continuidade na carreira empreendedora. Ela comenta que a equipe pensa, inclusive, em ingressar em algum programa de incubação com esta tecnologia. “Como chegamos na final e pudemos ter a chance de participar de todas as etapas e aproveitar a experiência de todos os envolvidos neste Desafio. O Desafio foi importante para tornar a patente, que antes era apenas uma conquista acadêmica, em algo que pode estar muito próximo de se tornar um negócio, o que deveria ocorrer com todas as patentes conquistadas na academia”, conclui.

A final do Desafio Unicamp 2015, que é restrita a participantes e convidados, vai ser realizada no próximo dia 3 de julho, às 14:30, no Centro de Convenções (CDC) da Unicamp. Esta é a primeira vez que o CDC abrigará a final da iniciativa, que está na quinta edição. Além da equipe Novigo, estão na final da competição: Agora Vai, AgroTEK, Hidrotec, Max-Energy e Pomares.

O Desafio Unicamp

Ao longo da competição, são realizados workshops, palestras e mentorias para as equipes tirarem suas dúvidas e conseguirem elaborar seus modelos de negócios. Ao final da competição, a equipe vencedora é premiada, estimulando a participação e o engajamento dos alunos. A equipe vencedora será premiada com R$ 3 mil para cada integrante, pré-aceleração na Baita Aceleradora, formação Green Belt pela Escola EDTI para cada integrante, sem custos adicionais, um troféu para cada integrante e certificado de participação como finalista para cada integrante. A equipe que conquistar a segunda colocação ganhará: mil reais e certificados para cada integrante, além de pré-aceleração na Baita Aceleradora. A equipe terceira colocada também ganhará pré-aceleração na Baita Aceleradora e certificado para cada integrante.

Em 2015, patrocinam a iniciativa a Capes, a Embraer, o CNPq, a LDSoft, a Clarke, Modet & Co, a Baita, a Edti, a Village Marcas e Patentes, a PWC, a IMA, a Matera Systems, 3M, a CPFL Energia, o Banco do Brasil e o Governo Federal do Brasil. São apoiadores do Desafio Unicamp a IVP, a Unicamp Ventures, a Georgia Institute of Technology, o Núcleo de Empresas Juniores da Unicamp, a University of Florida, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a DikaJob, a Liga Empreendedora, o Wennovate Innovation Center, o CIESP Campinas, a Anjos do Brasil, a Associação Campinas Startups e a Prefeitura de Campinas.