Empreendedor da Unicamp descreve experiência com aceleração no Founder Institute

A expectativa é levar ao mercado uma plataforma de combate ao bullying

Texto: Carolina Octaviano

Fotos: divulgação

Dinamismo, criatividade, trabalho árduo, aprimoramento e muito aprendizado. É num ambiente que mescla tudo isso que Marco Antonio Linhares, empreendedor e graduado pelo Instituto de Computação (IC) da Unicamp, encontra-se imerso para desenvolver um modelo de negócio para uma plataforma de empoderamento social. Ele participa do programa de aceleração do Founder Institute, que tem o intuito de capacitar empreendedores para encararem as dificuldades encontradas no mercado. A iniciativa nasceu no Vale do Silício e está presente em 60 países.

“É um programa com um currículo muito bem estruturado. Isso significa que passamos pelo mesmo funil que vários empreendedores de sucesso ao redor do mundo. Fundadores de empresas que hoje valem milhões, como a Udemy – marketplace global de ensino e aprendizado online com mais de 13 milhões de alunos cadastrados -, passaram exatamente pelo mesmo processo que estamos vivendo hoje”, afirma Linhares.

O treinamento, que proporciona a oportunidade de desenvolver um negócio em poucos meses, consiste em 14 sessões, com reuniões entre os empreendedores e mentores para discutir um tema relativo às startups. A cada semana, o tema de discussão é substituído e há novas tarefas para os participantes cumprirem. As sessões, realizadas às quintas-feiras, incluem ainda pitches que são avaliados por mentores. A partir da performance de cada um deles, os times são ranqueados de acordo com as notas que vão sendo armazenadas no sistema. Caso o empreendedor não mantenha um nível de excelência, tanto nas apresentações quanto nas atividades, ele recebe uma tarefa especial a ser cumprida em poucos dias. “A ideia por trás é que: quando você não leva o trabalho a sério, recebe mais trabalho”, aponta.

turma atual

Linhares conta que o clima, além de ser de apreensão, é também bastante competitivo. “Por conta de toda essa exigência, existe uma grande taxa de desistência. Das 25 pessoas da turma, em geral apenas 5 se graduam. As que vão saindo ao longo das semanas são convidadas a entrar na próxima turma. Por maior que seja a dedicação, nenhum de nós pode dizer com certeza se vai conseguir se graduar”, reitera o empreendedor.

Contudo, ele avalia que, mesmo com todos os percalços, a aceleração tem sido muito proveitosa, uma vez que há muita troca de experiência entre os participantes e que para se graduar é necessário ter uma empresa constituída ao final do programa. “Em um período bem curto, estou conseguindo avançar vários meses de trabalho e me conectando com empreendedores da região, que têm me ajudado bastante. Também trabalhamos com diferentes times, compartilhando as dificuldades para que todos se ajudem. Isso é uma parte essencial do programa, pois existe uma troca de experiências e colaboração muito forte”, completa.

O empreendedor conta ainda que a ideia para o desenvolvimento do negócio se deu a partir da necessidade de conscientizar e de gerar o debate sobre a prática de preconceito, discriminação e bullying, em um projeto que já vem sendo desenvolvido anteriormente ao treinamento pelo Founder Institute.  “Em geral, temas como o bullying, racismo e igualdade de gênero são difíceis de serem abordados por educadores. Estamos desenvolvendo um jogo para ser usado em escolas e dar voz a pessoas em todo o mundo que sofreram alguma agressão física ou psicológica, de tal forma que ela tenha voz no jogo e que situações semelhantes não se repitam mais, permitindo que escolas e educadores trabalhem diferentes temas de maneira integrada, ajudando as suas comunidades e semeando o conhecimento através de uma plataforma colaborativa”, revela.