A empresa busca construir um banco de dados que ajude a melhorar os métodos de reconhecimento e diagnóstico de doenças.

Esta matéria faz parte da série de reportagens produzidas pela Inova sobre as empresas que compõem o ecossistema empreendedor da Unicamp. Saiba que tipos de empresas podem integrar esse ecossistema e como se cadastrar na página de Vivência Empreendedora. 

Texto: Leonardo Scramin | Fotos: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

A EXATECH, startup incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), foi fundada com foco em encontrar soluções tecnológicas para problemas da atualidade e da realidade brasileira na área da saúde. 

A empresa foi criada em 2020 por ex-alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Leonardo von Huelsen e Leonardo Cazzuni são formados em Engenharia Física no Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW), e Felipe Garcia é formado em Engenharia Elétrica pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp (FEEC). 

A startup trabalha no desenvolvimento de softwares e dispositivos inteligentes para detecção e pré-diagnóstico de cânceres de pele, com objetivo de reduzir desigualdades e aumentar a acessibilidade em relação a esses tipos de exames. O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Leonardo von Huelsen, um dos fundadores da startup, explica que a ideia de criar a empresa surgiu em 2018, a partir da descoberta e tratamento de um melanoma, um tipo de câncer de pele, de seu próprio pai. 

“Quem inspirou tudo foi meu pai, que teve um caso de melanoma. Felizmente tudo ocorreu bem e decidimos, a partir do caso dele, oferecer soluções para  problemas que estão ligados a essa área”, lembra von Huelsen. 

Desde então, a EXATECH tem trabalhado no desenvolvimento de um aplicativo organizacional para profissionais de saúde e em um dispositivo inteligente e automatizado para realizar, com mais rapidez e menor custo em relação aos métodos padrões no mercado, exames de dermatoscopia para auxiliar a pré-diagnosticar cânceres de pele.

“Nosso objetivo principal atual é desenvolver um aplicativo para smartphones de fácil utilização para ajudar os profissionais de saúde a organizar e digitalizar os dados dos pacientes”, explica o cofundador sobre a solução em incubação.  

A criação do banco de imagens fornecerá as condições necessárias para realizar exames de dermatoscopia digital, utilizando técnicas de escaneamento corporal de maneira mais acessível e precisa. 

“Desejamos coletar e catalogar imagens de lesões de pele para construir uma base de dados que ajude a melhorar os métodos de reconhecimento e diagnóstico de doenças, como o melanoma”, explica Leonardo von Huelsen. 

O fundador  da EXATECH destaca o viés social e humanitário da empresa, em busca de uma solução que privilegie a igualdade econômica e social à um direito comum de todos, o acesso à saúde. Um dos problemas apontados por Leonardo von Huelsen é que as tecnologias atuais privilegiam a análise de peles claras, já que foram desenvolvidas em países com a população predominantemente branca. “Esse é um grave problema que pretendemos enfrentar com a criação de nosso aplicativo”. 

Incubação na Unicamp e reconhecimento 

Ana Frattini, diretora-executiva da Inova Unicamp, Felipe Garcia e Leonardo von Huelsen , fundadores da EXATECH, e Renato Lopes, diretor-executivo associado da Inova Unicamp. 

Em 2021, a EXATECH entrou no programa de incubação da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp. Durante esse período, com o apoio e a conexão com a Agência de Inovação Inova Unicamp, o relacionamento com o ecossistema de inovação da Universidade foi ampliado.

“A relação que estabelecemos é muito positiva. A Inova Unicamp é uma grande direcionadora para nós, e promove, em seus programas de fomento ao empreendedorismo de base científica e tecnológica, uma mentoria fundamental para o desenvolvimento da EXATECH”, reconhece Leonardo. 

Para ser incubado na Incamp, o candidato não precisa ser ex-aluno ou aluno da Unicamp. Empresas com ideias ou projetos de impacto e de grande potencial que estejam em fase embrionária ou em início de suas operações podem participar do Programa de Incubação e receber mentoria e apoio por até três anos. 

“A Incubadora é aberta a qualquer empreendedor do país que tenha como projeto ou empreendimento uma proposta de empresa de base tecnológica com um produto, processo ou serviço inovador, ou seja, com diferencial no mercado e que tenha como base um desenvolvimento científico e tecnológico. É isso o que justifica ficar na Incubadora e receber o acompanhamento por até três anos”, esclarece Mariana Zanatta Inglez, gerente do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.

Menos de um ano após a incubação, a startup foi reconhecida no Prêmio Inventores 2022. A EXATECH foi premiada na categoria Spin-off acadêmica, que homenageia empresas que entraram recentemente no mercado com seus negócios gerados a partir de pesquisas desenvolvidas na Unicamp. 

Ecossistema da Unicamp

Esta matéria compõe a série de reportagens produzida pela Inova sobre empresas que fazem parte do  ecossistema da Unicamp. São consideradas empresas-filhas da Unicamp os empreendimentos fundados por pessoas que têm ou tiveram vínculo com a Universidade, tais como alunos, ex-alunos, docentes e funcionários ou ex-funcionários. Além de empresas que foram incubadas na Incamp ou criadas a partir de uma tecnologia desenvolvida na Universidade, as chamadas empresas spin-off.

A Inova Unicamp está com o cadastro aberto para mapear novas empresas de seu ecossistema. O cadastro é gratuito e abre a oportunidade para a empresa se integrar ao ecossistema empreendedor da Universidade. Acesse aqui: https://www.inova.unicamp.br/cadastro-filhas/