Implantação do HIDS foi tema da reunião do Conselho Municipal de C,T&I de Campinas

Sala espelhada com pessoas sentadas em cadeiras uma ao lado da outra. Reunião do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campinas

Reunião do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campinas ocorreu na sexta-feira última (23); o reitor Antonio Meirelles acredita que uma série de circunstâncias favoráveis têm contribuído para o fortalecimento do projeto

Texto: Tote Nunes | Foto: Antonio Scarpinetti | Edição de imagem: Alex Calixto

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, disse, na última sexta-feira (23), durante reunião do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campinas (CMCTI), que este é o momento para a consolidação do Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável (HIDS) — que está em negociação em área da Universidade e nas imediações do campus de Barão Geraldo. Para o reitor, uma série de circunstâncias favoráveis têm contribuído para o fortalecimento do projeto, que pretende reunir empresas de tecnologia e inovação, abrigadas num distrito inteligente, organizado de forma sustentável.

Num painel que reuniu o reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci, a secretária municipal de Ciência e Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi, e a diretora executiva da Inova Campinas, Ana Frattini, Meirelles apontou os desafios do projeto, que precisa de envolvimento maior de agentes governamentais do estado e do Governo Federal, além de uma aproximação mais ágil junto a agências de fomento, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Um dos desafios mais urgentes é envolver mais os agentes governamentais — estado, Federação, BNDES e Finep. Mas tenho o sentimento de que as circunstâncias estão favoráveis à nossa iniciativa”, avaliou o reitor.

Ele lembrou a visita da ministra da saúde, Nísia Trindade, e do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Vahan Agopyan, à Unicamp, ocasião em que ambos demonstraram entusiasmo com a disseminação da ideia de inovação. “Eles falaram em inovação e em ciência e tecnologia aplicadas à saúde. É importante, agora, alinhavarmos bem nossas temáticas – saúde, energia, agricultura etc. — e estabelecermos atividades transversais, para adensar nossas relações e compartilhar nossos interesses comuns”, afirmou Meirelles.

“Queremos adensar nossas ações iniciais. Já temos a disposição de instalar a vila de startups; a prefeitura também poderá fazer algo nesse espaço. Mas precisamos de infraestrutura para o funcionamento desses locais. Isso poderá atrair parcerias”, avalia. “Muitos dos desafios já foram vencidos, e a chance de continuarmos vencendo é grande, porque o potencial de isso [o projeto HIDS] dar certo é muito grande”, finalizou.

Realizada na sede da Inova, a reunião do CMCTI serviu como avaliação da viagem que a comitiva de Campinas — formada representantes das universidades e da Prefeitura — fez a Barcelona, no final de maio. Na cidade espanhola, o grupo visitou parques tecnológicos e conheceu áreas de inovação, como o @22, um distrito degradado nos anos de 1990 e que foi recuperado e transformado num dos mais importantes núcleos de inovação e sustentabilidade do país.

O reitor da PUC-Campinas disse que voltou otimista da visita. “Alguns conceitos me chamaram muito a atenção, como a ideia da ‘economia do conhecimento’, que começa com a atração de talentos”, disse o reitor. “O problema, porém, não é apenas atrair, mas também manter esses jovens talentos — capacitá-los e envolvê-los no ecossistema e ampliar a capacidade de construir o conhecimento”, acrescentou.

De acordo com a secretária Adriana Flosi, a Prefeitura pretende apostar na inovação como um impulsionador do desenvolvimento. “Não tenho dúvidas disso, nem o prefeito [Dario Saadi]. Estamos andando muito rápido com o projeto da implantação no pátio ferroviário, de toda a recuperação que deverá ocorrer lá, e estamos trabalhando pesado também para que as coisas aconteçam aqui no HIDS”, afirmou ela.

Segundo dados da Prefeitura, o pátio ferroviário integra um complexo construído entre o centro da cidade e o bairro da Vila Industrial no início do século 20. O pátio abrigou os ramais da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, as oficinas da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e a Fepasa. O complexo é composto por edificações históricas, como a rotunda e o Edifício do Relógio. No espaço, a Prefeitura pretende reativar serviços de transporte, além de abrigar espaços culturais e de turismo.

Texto originalmente publicado no portal da Unicamp