G1 Campinas | Do monitoramento de catástrofes a totem para mercado: invenções exaltam Campinas como polo de ciência, tecnologia e inovação

Ferramentas que captam o volume dos rios e a força dos ventos. Totens que destacam informações nutricionais e ainda incentivam o combate à insegurança alimentar. Sensores para carros autônomos e aplicativo para cooperativas de reciclagem. Tudo criado em Campinas (SP), que comemora 249 anos na próxima sexta-feira (14), e se destaca em projetos de ciência, tecnologia e inovação.

Nesta terça (11), quem visitou o Largo do Rosário pôde conferir essas e outras invenções na feira “Difusão do Conhecimento”, que buscou levar as instituições para mais perto da comunidade.

Monitoramento de desastres e cidades inteligentes

Sensor que percebe aumento no volume dos rios foi criado para auxiliar no monitoramento de enchentes — Foto: Yasmin Castro/g1

Além da criatividade tecnológica, as iniciativas também reúnem soluções que buscam melhorar a qualidade de vida da população. Um exemplo disso é o sistema de monitoramento de calamidade pública, desenvolvida pela Fundação para Inovações Tecnológicas (Fitec) e apresentada durante o evento.

Com o apoio de sensores, a ferramenta é capaz de monitorar o volume dos rios e a força dos ventos, ajudando na prevenção de enchentes e outros desastres naturais. “Nós temos ali essa estação meteorológica que capta os dados, como chuva, velocidade de vento, e outra de alagamento”, explica Fernando Amadeu.

Uma tecnologia parecida também foi pensada para colaborar com o poder público. “Temos uma lâmpada que funciona como monitoramento de iluminação pública. Por exemplo, você pode detectar se uma lâmpada queimou. A concessionária vai saber que aquele ponto está sem iluminação, o morador não precisaria ligar para reclamar”, pontua.

Informação nutricional e combate à insegurança alimentar

Protótipo mostra como funciona totem que leva informação nutricional e incentiva combate à insegurança alimentar — Foto: Yasmin Castro/g1

Resultado de uma parceria entre as faculdades de engenharia elétrica e nutrição da PUC-Campinas, o ‘Doa-se Suporte’ é outra invenção de destaque. A plataforma funciona em um totem, que pode ser instalado nos supermercados e outros centros de comércio alimentício. Na ferramenta, o consumidor poderá consultar informações nutricionais do que quer comprar e fazer doações.

“A ideia do nosso projeto é fazer uma rede de doação entre o consumidor final, a indústria alimentícia e o supermercado. A ideia é que a gente defina alguns alimentos que sejam saudáveis e, a partir do momento que o consumidor compra esses alimentos, ele vai ter acesso ao totem e a um aplicativo”, detalha Tatiana da Rocha Pitta.

“A gente convida esse consumidor a doar uma quantidade bem pequena para que aquele alimento também vire uma doação para ONG parceira. A ideia é que a indústria e o supermercado deem uma contrapartida no mesmo valor. Então, a cada R$ 1 doado a gente teria R$ 3. Esse valor vai ser direcionado para dentro da indústria, que pega esse valor e doa o alimento para as organizações”.

Segundo Carlos Fernando Matos do Amaral, um dos criadores, a plataforma contará com uma linguagem simplificada e de fácil acesso. Unindo conhecimento e solidariedade, a expectativa é que o ‘Doa-se’ facilite a rotina de entidades que lutam contra a fome. “As ONGs têm períodos que elas recebem mais doações e tem período não recebem doação quase nenhuma”.

“Isso aqui, como é no supermercado, no dia a dia, sempre vai ter aquele volume, né? Vai ficar chegando, garantindo o mínimo para as organizações poderem trabalhar de novo o seu nome completo”, conclui.

Outros projetos

Estudante da Unicamp está desenvolvendo aplicativo que usa inteligência artificial para reconhecer tipos de plástico — Foto: Yasmin Castro/g1

A exposição ainda reuniu projetos positivos para o meio ambiente, como é o caso do software classificador de resinas plásticas, desenvolvido por Letícia Tessarini da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A ideia quer agilizar a rotina dos trabalhadores de usinas de reciclagem, que podem ter dificuldades para separar os diferentes tipos do material.

“A gente viu que cada resina faz um uma frequência sonora diferente. Então, a partir do som da embalagem amassada, a gente conseguiu criar um um programa utilizando aprendizado de máquina e inteligência artificial para poder classificar. Nosso próximo passo é fazer o aplicativo para ficar mais fácil ainda o uso para eles”.

Tenda da exposição “Difusão do Conhecimento: Ciência, Tecnologia e Inovação” ficou movimentada — Foto: Yasmin Castro/g1

Já na área de mobilidade, o Instituto Eldorado apresentou os sensores para veículos autônomos, equipamentos que mapeiam o ambiente e contribuem para a prevenção de acidentes. “Você pode ver a parte de câmeras, que ele tem uma câmera externa na frente, que serve para identificar, medir a distância dos objetos”, afirma o desenvolvedor Leandro Mendes Santos (veja imagem acima).

“Se assemelha muito àqueles aspiradores de pó ‘robôs’ que o pessoal compra para casa. Quando você compra ele, você deixa ele no ambiente e ele vai mapeando a sua casa ali os objetos para que depois ele consiga fazer aquilo sem bater em nada, sem ficar preso. A ideia inicial seria essa. O carro em movimento será capaz de fazer esse mapeamento com o sensor”, completa.