Dispositivo para secagem de lodo de esgoto é a tecnologia da Kaihatsu

Texto: Carolina Octaviano

Foto: divulgação

A equipe Kaihatsu, finalista do Desafio Unicamp 2016, desenvolveu modelo de negócios a partir de tecnologia desenvolvida na universidade e que permite secar o lodo de esgoto. Em outras palavras, a ideia da equipe é reaproveitar este resíduo, gerado em grande quantidade durante o tratamento de efluentes. Dentre os segmentos mais afetados pelo volume elevado de lodo, gerado no tratamento de seus efluentes, estão a de esgoto sanitário, a indústria alimentícia e a indústria de papel e celulose.

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“A tecnologia tem o objetivo de promover uma secagem total do material em 15 dias, usando apenas energia solar e eólica, além de um sistema drenante, e se baseia em materiais de alvenaria e biodegradáveis, possuindo um custo baixo de construção e operação”, afirma Bruno Fini, graduando em Engenharia Química pela Unicamp e representante da equipe. Ele conta que o mentor acadêmico – José Carlos Gasparim, da FEC – foi o responsável por explicar detalhes da tecnologia, uma vez que ela é baseada em alvenaria, possibilitando entender a função de cada estrutura. “Ele que nos direcionou no início para quais segmentos deveríamos focar, além de nos passar informações técnicas essenciais para entendermos a gravidade do problema e como a solução dele impacta nas indústrias”, revela Fini.

O modelo de negócios adotado para a tecnologia visa atender o segmento agrícola, por meio do fornecimento de adubo orgânico. “Devido à forte demanda por adubos no país, sendo que a maioria é importada, verificamos que existem muitos agricultores e grandes empresas de commodities agrícolas que se interessam pelo produto”, contextualiza. O representante da equipe comenta que, durante o Desafio Unicamp, eles puderam identificar um mercado altamente interessado em secagem de logo, uma vez que as alternativas existentes apresentam custo alto. “Contatamos mais de 30 empresas para validar a real necessidade de uma solução e chegamos à conclusão de que a tecnologia pode suprir essa necessidade”, aponta.

Segundo ele, a equipe ingressou no Desafio Unicamp vislumbrando atender ao segmento de clientes mais óbvio: o de tratamento de esgoto sanitário. Porém, após a primeira mentoria empresarial no Workshop de Business Model Canvas, a equipe enxergou que havia um mercado ainda maior a ser explorado: a indústria alimentícia e o de papel e celulose. Este fato foi confirmado pelos integrantes da Kaihatsu, durante a mentoria empresarial, realizada por Emílio Bellini Neto, da Alphenz. “Iniciamos uma intensa pesquisa com empresas, realizando até mesmo reuniões presenciais, e assim foi possível entender quais eram as reais necessidades dos clientes e validar as hipóteses. O olhar mais refinado de alguém com experiência no ramo de empreendedorismo foi de grande utilidade. As conversas e reuniões que tivemos com o nosso mentor empresarial nos auxiliaram a identificar possíveis falhas no modelo que desenvolvíamos até então, contribuindo para a elaboração de uma proposta de negócio mais sólida”, defende.

Fini conta que todos os membros da equipe estão entusiasmados com a possibilidade de continuarem suas carreiras como empreendedores, após o término da competição. A expectativa é que a equipe efetue o licenciamento da patente e busque a incubação do negócio na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp). “Como toda a equipe tem forte perfil empreendedor, escolhemos a tecnologia visando algo que gostaríamos de trabalhar depois. Nossa ideia inicial é fazer parte da Incamp, que nos proporcionará conhecimentos em áreas que os membros da equipe ainda não dominam, como a jurídica. Ao mesmo tempo, ampliaremos a base de clientes que desenvolvemos ao longo da competição, além de realizar os trâmites legais referentes à obtenção da licença para venda do adubo”, comenta.

Ele acredita que a participação no Desafio Unicamp é um diferencial para a vida profissional de cada um dos que compõe a equipe, que é formada também pelos alunos da Engenharia Química Alex Ikeda Francisco, Bruno Galdeano Mello Queiroz, Luigi Baldini Paulucci e pelo graduando em Engenharia Agrícola, José Roberto Savietto Júnior. “O desafio foi essencial para nos desenvolvermos como equipe e também entrar em contato com nossos potenciais clientes, entendendo melhor as demandas do segmento nesse processo. Também tivemos a oportunidade de participar de várias palestras, workshops e reuniões com mentores que desenvolveram muito a nossa expertise em empreendedorismo e negócios”, conclui.

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