G1 Campinas | Unicamp cria tecnologias com grafite de lápis, cotonete e nanopartículas de ouro para teste rápido da Covid-19

Materiais são sensíveis e de baixo custo para uso em exames. Resultado sai em até 6 minutos. Universidade da Pensilvânia foi parceira na aplicação das técnicas.

A Unicamp desenvolveu tecnologias que usam grafite de lápis, cotonete comum e nanopartículas de ouro para testes rápidos de diagnóstico da Covid-19. Os materiais são acessíveis, de baixo custo e os exames são tão precisos quantos os exames já conhecidos. A Universidade da Pensilvânia (EUA) foi parceira da Unicamp na descoberta, que confere resultado para o paciente em até 6 minutos.

O custo em laboratório foi de menos de R$ 1 a até R$ 9 – 15 centavos de dólar a 1,5 dólar – explicou ao g1 o pesquisador do Laboratório de Sensores Químicos Portáteis da Unicamp e coordenador do projeto, William Reis de Araújo. Entenda como cada teste funciona abaixo.

“Acredito que, em termos de aplicação, é viável para qualquer condição. Como o custo e baixo, isso facilita como estratégia de testagem em massa, inclusive para países mais limitados”.

Outra vantagem desses dois dispositivos é que podem ser usados para verificação da Covid-19 independentemente da variante. Atualmente as formas mais críticas de apresentação do coronavírus são quatro, e há outras dezenas de interesse e monitoradas mundo afora.

Os dois testes têm em comum a combinação com nanopartículas de ouro que foram recobertas com a enzima que o coronavírus usa para entrar no corpo humano, a ACE-2. Essa enzima é a mesma nas variantes.

“Enquanto o vírus continuar usando essa mesma rota de entrada, o nosso sensor continuará respondendo. Hoje as mutações são pontuais, mas o vírus continua tendo a mesma estratégia de entrada”.

As tecnologias, batizadas de Graphite CoV e Color CoV, levaram cerca de seis meses para serem elaboradas, com etapas em Campinas e na Universidade da Pensilvânia. Elas estão disponíveis para interesse de empresas e startups que desejem investir no ramo, e a Agência Inova da Unicamp atua nessa frente.

“Depende realmente de ter interessados. Como é uma tecnologia em parceria, pode ser algo nacional ou internacional”, disse o pesquisador.

Segundo a Inova, precisam também passar por novos testes exigidos para a aprovação pelo Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, e pela Anvisa, no Brasil.

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