Correio Popular | Mulheres à frente de empresas filhas da Unicamp sobem 16,7%

Foto lateral de auditório onde público assiste a apresentação da professora Ana Frattini, uma mulher branca de vestido verde. Fim da descrição.
Com aumento registrado em um ano, liderança feminina representa hoje 21,6% do total

Texto: Thiago Rovêdo – RAC | Foto de capa: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

O número de mulheres que comandam ou são sócias de empresas-filhas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) cresceu 16,7% neste ano em comparação a 2021. Os dados foram levantados pela Agência de Inovação Inova Unicamp e divulgados durante o 17º Encontro Anual Unicamp Ventures, ocorrido ontem.

No recorte de empreendedores que têm ou tiveram vínculo com a Unicamp nas empresas ativas do ecossistema, 21,6% (280) se declararam mulheres e 78,4% (1.016) homens. Isso representa um aumento de mulheres empreendedoras em relação a 2021.

“É uma grande satisfação e alegria para mim, que sou mulher. Nós podemos perceber que com algumas ações, como premiação da liderança feminina, conseguimos dar a visibilidade que queríamos e fizemos os dados crescerem. Foi um crescimento expressivo em relação a 2021 e, hoje, as mulheres representam quase 22% do quadro de fundadoras ou sócias. Estamos muito felizes com o resultado”, afirmou Ana Frattini, diretora executiva da Agência de Inovação da Unicamp.

Perfil das empresas

O mapeamento de 2022 trouxe dados sobre o ecossistema de inovação e empreendedorismo da Unicamp. O relatório mostra 1.293 empresas-filhas cadastradas, das quais 1.061 são ativas no mercado. Essas empresas totalizam faturamento de R$ 19,3 bilhões e 44,6 mil empregos diretos. O faturamento, aliás, foi outro dado que teve uma alta destacada, saltando de R$ 16 bilhões para R$ 19,3 bilhões — um crescimento 20,6% superior ao total divulgado em outubro de 2021.

Ao todo, 91,6% das empresas-filhas estão sediadas no Estado de São Paulo e destas, 45,4% em Campinas, onde se localiza o principal campus da Unicamp. Outras 10,6% mantêm suas matrizes nas demais cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que inclui Paulínia, onde fica o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp e 3,4% registram sedes na recém-criada Região Metropolitana de Piracicaba (RMP), onde estão localizados os campi de Piracicaba e Limeira da universidade.

“A concentração das empresas-filhas próximas aos campi da Unicamp também contribui para a continuidade da interação dos ex-alunos e de seus negócios com a instituição. A contratação de alunos e os projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) são as vantagens mais mencionadas pelas empresas-filhas para sua interação com a Unicamp”, avaliou Renato Lopes, diretor-executivo associado da Inova.

Serviços e Tecnologia 

A Inova viu quase triplicar o número de empresas-filhas na área de comércio e serviços que, em 2022, superou o setor de tecnologia da informação, indo de 85 até outubro de 2021 para 207 companhias neste ano. Tradicionalmente como primeira no ranking, a área de tecnologia da informação teve uma queda no quantitativo de empresas, passando de 258 para 198 este ano. Segundo a agência, além da reclassificação, houve também o fechamento de algumas empresas do ramo.

“Tecnologia da informação liderava como a principal área de atuação das empresas. A mudança para o segundo lugar em 2022 se deve a dois fatores de análise: o mapeamento passou a agrupar as empresas segundo suas principais áreas de atuação registradas na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e também foram unificadas as áreas de ‘Comércio e Serviços’ e ‘Serviços’, área que abriga empreendimentos com ou sem base tecnológica”, explicou a Inova em seu relatório.

Um ano de empresa

Trabalhando na área de tecnologia há mais de 15 anos, Rose Ramos notou que os trabalhadores perdiam muito tempo oferecendo ou comprando serviços. Com essa informação em mente, ela fundou a Match<IT>. A empresa criou uma plataforma que une quem está precisando de um determinado serviço e pessoas que vendem essas facilidades, dando um “match” de forma online e conseguindo fechar o negócio de forma mais rápida e objetiva.

“Além da vivência corporativa em projetos de TI que requerem eficiência na gestão de cronogramas e orçamentos e confiança na qualidade da implementação, temos participado diretamente de ações de marketing que apoiam o crescimento de empresas que vendem tecnologia”, afirmou a fundadora da empresa.

A plataforma se propõe a acelerar a evolução digital das empresas, conectando os fornecedores de serviço de TI ideais para cada projeto corporativo. A Match<IT> conta com curadoria de informações e algoritmos inteligentes para indicar os três fornecedores melhores ranqueados para cada projeto de TI, de um líder de tecnologia contratante.

“Nossa experiência em vivenciar os dois lados da mesa das negociações de tecnologia nos fez ter a certeza de que a relação de compra e venda de serviços de TI pode e deve ser melhor para ambos. As necessidades dos dois lados estão alinhadas”, explicou Rose.

A fundadora contou que hoje trabalha com 15 pessoas e, por conta da diversidade, tem uma equipe balanceada na questão de gênero. “As relações podem ser fortalecidas e melhores negócios podem ser gerados, acelerando a evolução digital com agilidade e eficiência, sem perda de tempo. Com mais transparência e confiança para todos e mais valor gerado para as empresas do Brasil”, finalizou.

 

Matéria original publicada em Correio Popular.