FAPESP e Ericsson inauguram na Unicamp centro de pesquisa para desenvolvimento de serviços avançados de conectividade

Arte em cores azul e branca que mostra uma teia de conectividade. Em cada nó ou intersecção há um desenho de um prédio, um computador, uma nuvem, um celular ou o texto 5G. Fim da descrição.
Um dos objetivos do hub de excelência em telecomunicações, sediado na Unicamp, será construir uma nova plataforma de rede habilitada para capacitar modalidades de uso de 5G e 6G

(imagem: Pixabay)

Pesquisa para Inovação – A FAPESP e a Ericsson inauguraram no dia 5 de dezembro o Centro de Pesquisa em Engenharia Smart Networks and Services 2030 (Smartness). O novo hub de excelência em telecomunicações está sediado no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além de aproximadamente 50 pesquisadores associados de outras 15 instituições acadêmicas brasileiras.

O centro é apoiado pela FAPESP no âmbito do programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs), que viabiliza sinergias entre a iniciativa privada e o setor acadêmico visando produzir e disseminar pesquisa de nível mundial, com a geração de alto impacto econômico e social por meio da inovação. Desde a criação do programa, em 2012, foram criados e entraram em operação 20 centros.

À Ericsson coube implementar toda a infraestrutura tecnológica que habilitará os novos trabalhos de pesquisas, que estarão 100% integrados ao portfólio de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) que a empresa realiza em seu centro de inovação localizado em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Além disso, o novo centro irá operar como braço de pesquisa global da Ericsson, dedicado ao compartilhamento e transferência de conhecimento técnico.

”O centro Smartness será único no Brasil em termos de excelência na área de telecomunicações e redes de computadores. Reunirá alguns dos mais experientes pesquisadores do país na construção de uma nova plataforma de rede habilitada para capacitar modalidades de uso de 5G e também de 6G verdadeiramente revolucionárias”, diz Mateus Santos, head de pesquisa da Ericsson no Brasil.

Segundo ele, as novas gerações de conectividade móvel estão levando a experiência de internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) a patamares cada vez mais altos, com grandes quantidades de minúsculos dispositivos e arquiteturas cognitivas. Trata-se de redes ricas em recursos – velocidade ultrarrápida, baixíssima latência e excelente confiabilidade para o usuário final –, com estruturas complexas para serem gerenciadas pelas operadoras.

”A participação da Ericsson nesse programa permitirá a exploração dessas arquiteturas cognitivas orientadas por inteligência artificial na construção de redes mais seguras, altamente automatizadas, baseadas em dados e mais eficientes em termos de energia. Com os avanços científicos e tecnológicos esperados, as redes se tornarão gradualmente sistemas cognitivos com a capacidade de adquirir novos conhecimentos e agir de forma autônoma. Se tornarão a infraestrutura de base para uma sociedade verdadeiramente digital”, avalia Mateus.

Segundo Edvaldo Santos, head de P,D&I da Ericsson Latam South, a iniciativa, inédita também na América Latina, nasce como um polo de pesquisa de última geração, com foco no desenvolvimento de serviços avançados de conectividade móvel sob diferentes perspectivas da indústria, academia e sociedade, e possibilitará avanços importantes no campo da pesquisa e do desenvolvimento, fortalecendo o protagonismo do Brasil e ampliando seu poder de competitividade.

“Também temos com esse projeto o objetivo e o compromisso de desenvolver recursos humanos aptos a operar, otimizar e empreender a infraestrutura, as aplicações e os serviços da próxima geração de redes de telecomunicações, mantendo o Brasil no ranking Top 5 internacional de desenvolvimento de redes 6G.”

Pesquisa colaborativa

O centro Smartness será dirigido por Christian Rodolfo Esteve Rothenberg, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, e receberá o suporte da Agência de Inovação Inova Unicamp, Núcleo de Inovação Tecnológica da Unicamp (NIT) em atividades de estímulo à inovação e apoio da gestão da propriedade intelectual, além de contar com Maria Valéria Marquezinimaster researcher da Ericsson como vice-diretora.

“Nossa visão é que o hub se torne um lugar diferenciado para explorar muitos dos desafios e oportunidades de pesquisa que hoje não são plenamente cobertos, focando em áreas estratégicas nas quais os impactos científicos e tecnológicos possam ser viabilizados até 2030, em colaboração com as comunidades de pesquisa em computação em nuvem e redes de comunicação”, afirma Rothenberg.

Os pesquisadores irão explorar a programabilidade, elasticidade, escalabilidade e automação esperadas das redes e serviços inteligentes da próxima geração.